setembro 16, 2013

A menina do deserto


A notícia da menina de oito anos iemenita  que faleceu na noite de "núpcias" de um casamento com um homem de quarenta anos deixou-me estarrecida, horrorizada. Sabemos, já ouvimos, lemos, que coisas terríveis acontecem neste mundo às crianças mas quando as sabemos mesmo, através de histórias assim, com nomes e factos, tudo nos parece mais horrendo. E sobretudo porque parece ser aceite normalmente em certos locais do planeta. Como aqui parece ser, apesar dos ativistas da região, também ao que parece, estarem atentos e denunciarem estes casos. Esta gentinha que permitiu isto devia ir presa, no mínimo. Para os diabos com medievalismos destes, abrigados sob o manto religioso ou não. Muitas destas infelizes práticas têm profundas raízes culturais - em tribos, por exemplo - que, combinadas muitas vezes com a miséria, económica e humana, impedem que tais situações não se perpetuem. Como esta, deploráveis são também a pedofilia, a prostituição infantil e juvenil e outras. Que vão aí pelo mundo fora. Esta história, chocante, que os media mostraram, e outras, escondidas, por vezes perto de nós, igualmente terríveis e intoleráveis. Todas me causam náuseas sem fim, incompreensíveis realidades quando há uma declaração universal dos direitos da criança, que à partida traduziria o pensamento avançado  das civilizações modernas. Penas grandes para esta gente, enormes, sem perdão. Para os grandes que não sabem defender os pequenos, nem protegê-los, nem amá-los. De qualquer cor, credo, nacionalidade, género, estatuto. Pois grande é o alcance da sua perversidade.

6 comentários:

  1. E que perversidade amiga...

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  2. São deploráveis alguns apeadeiros da vida

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    1. Chocantes, Eufrázio. Merece-se mais, nesta passagem...

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  3. tenho muito respeito por todas as culturas, mas....
    Álvaro Folhas

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    1. Olá, Álvaro, bem vindo :) Li uma coisa absolutamente formidável no blogue "Uma mulher não chora" que remete para a gravidade da cultura se sobrepor à dignidade. Isto diz tudo...

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