outubro 02, 2013

De caras


Há uma semana ou mais dei de caras, no livro das caras, com a notícia de que a França se preparava ou prepara para proibir os concursos de beleza para crianças. Sinceramente, é uma boa notícia. Por muito inocentes que possam ser as intenções, nomeadamente dos pais que as inscrevem, orgulhosos, naturalmente, das caras larocas dos seus rebentos, a verdade é que a obsessão pela beleza começa a desenhar-se mais cedo. Já chega o culto da imagem e os sacrifícios em nome da perfeição física na idade adulta (modelos, concursos de misses - li também um interessantíssimo post há algum tempo sobre as raparigas venezuelanas obcecadas pelos concursos femininos daquele país). Quanto mais se retardar - a não ser possível evitar - esta preocupação excessiva pela beleza melhor. Para além disso, a infância é, devia ser, uma fase de brincadeira, de despreocupação, de reinação sadia, de inocência livre. Não podem elas, as crianças, ser escravizadas em nome do trabalho, do rendimento familiar, da fama e da beleza. Bom seria que os pais compreendessem, de vez, isto. Devem preocupar-se estes, sim, com a educação, com o afeto, com as coisas de que elas precisam e merecem. Tanta coisa para ver, sentir, fazer, haja tempo e vontade. O que se pretende, afinal? Adoramos os nossos filhos - e são sempre lindos, os mais lindos, a nossos olhos -, as crianças são ainda o melhor do mundo, não as estraguemos, pois, com perigosas superficialidades. Quem vê caras não vê corações, sabemos. Que tal, então, desde tenra idade, preocuparmo-nos mais com estes? 

6 comentários:

  1. No TLC há um programa de concursos de beleza com crianças, absolutamente horroroso... Lília

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  2. Regina Gasparoutubro 04, 2013

    Também vi essa notícia e concordo contigo

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  3. É uma realidade que rouba a inocência às crianças e causa um impacto negativo noutras que cada vez mais cedo se tornam conscientes da sua beleza (da sua abundância ou não). É um problema que começa já a causar estragos evidentes, tais como bullying e que já deu motivos ao presidente da câmara de Nova Iorque para agir (já postei sobre isto)... Marla

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    1. A sociedade norte-americana (que importa modelos e que tanto se gosta de imitar) é muito pouco saudável em muitas vertentes, de facto.

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