junho 25, 2013

A greve e o groove




Porque hoje até houve melhores notícias. Porque, confirma-se, a união faz mesmo a força. E porque vou transformar aquilo de que fui acusada, pela net fora uns dias antes, em música. E música é ritmo e experiência das boas. 


Professor, malandro, vai trabalhar
Terrorista, sempre a boicotar
Nem por ti próprio sabes pensar
O sindicato é que te obriga a parar
O dos bigodes é de arrepiar
E, com medo, os exames não foste vigiar
O PCP está tudo a manipular
E tu sempre vantagens a quereres tirar
O trabalho real não é o teu laborar
E não tens vocação para ensinar
Chulo, se não a roubar o estado a esfolar
Irresponsável, não sabes educar
Em cada 3 há 2 que não deviam lecionar
Estão na sala e não deviam estar
Aos alunos, crias danos sem par
Improdutivo, o fisco queres enganar
Incompetente, o emprego para a vida queres conservar
De mim não colhes simpatias 
E estás a ter o que já merecias.

Yo.
Yo. Yo.

Pronto. Isto foi o que li nas caixas de comentários que encontrei por aí. Na altura fiquei magoada, mas agora até que é divertido. É o groove, queridos leitores. Pós-greve e pré-explicação possível acerca de quem são e do que move os autores destes versos. Não são meus, não,  malgré toute ma creativité. 

Outra coisa, para depois sair do tema. O rap pode não ter qualidade suficiente. Não tem a métrica certa, aposto. Não sei nada de música. Não faz mal. Quem arrasou de forma indecente os docentes também nada sabe do que é o seu trabalho diário e constante - e real. É a visão parcial. Yo. Quer dizer, yeah.

8 comentários:

  1. Excelente ideia esta de fazer um RAP com os comentários adversos. É preciso fair play e humor. Há coisas que as pessoas só percebem quando estão nelas. A essa gente que tem por hobby dizer mal dos professores deveria ser permitida uma experiência com certas turmas que há por aí, mas uma experiência em que fosse obrigada a prestar contas. Um mês chegava.

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    1. Sem qualquer margem para dúvidas. Quanto ao resto, é isso. Há que transformar o mau, vá o muito mau, em algo bom. :) Obrigada pelo comentário e pela passagem, Jorge.

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  2. Muito bom!
    Uma verdadeira "obra" -prima- de criatividade, mesmo feia sem "matéria" -prima-.
    Parabéns!

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    1. :) Até corei, jrd :) Olhe que não sei, esta matéria-prima afinal deu muito jeito... :) Obrigada! *

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  3. Subscrevo os dois primeiros comentários!
    Excelente post! Parabéns!

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    1. Helena, que alegria senti-la por aqui! :) Já tinha pensado que o AE a tinha desiludido, malvado :) É possível, nestas coisas da blogosfera. Muito obrigada por ter passado cá ou continuado. Estou mesmo contente. Não tenho ido à Lapa, o meu francês não ajuda... Desculpe. Beijinhos

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  4. Quem disse que não tinha métrica? Mentalmente, comecei logo a cantar este "delicioso" rap e delirei. Está muito bom, diria mesmo ao nível do Boss AC! Parabéns à rapper! bjs, Marla

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    1. :) Será que ainda vou a tempo que alguém o torne em música mesmo? :) Podia ter alguma graça no meio da desgraça... Obrigada, Marla. :)

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