A notícia da absolvição do homem que viu o Rui Pedro pela última vez deixou-me agoniada. Não porque acho que a sentença está errada, na realidade, não sei, e não possuo os conhecimentos necessários acerca do caso para me poder pronunciar com sensatez, justiça e verdade.
Mas a agonia está cá, porque penso na mãe, também há um pai, e até uma irmã, mas é na mãe que sempre pensamos, naquele rosto que exala um doloroso aroma a angústia, penso na mãe e no facto de, e muito provavelmente, destranquilizar-se de novo. Não que já o estivesse, impossível a calma de quem não pode fazer qualquer espécie de luto, mas decerto haveria mais esperança. E a esperança mantém-nos de pé, ilumina o mais sombrio dos caminhos, agarra-nos a um pilar que ainda não tombou por entre os escombros do sofrimento.
Não gostamos de ver histórias na vida real sem um final, narrativas abertas que impliquem leituras longe de um pretendido epílogo. Não gostamos de saber que há histórias assim, não gostamos de saber que esta não tem fim. Apesar de continuar a esperança, é um bocadinho de infelicidade que a mãe do menino desaparecido que não será mais menino sente cavar mais uma vez desta vez. Infelicidade que decorre da torrente de incertezas, de indefinições, de dúvidas maiores que não a deixam sossegar e que abalam tristemente a certeza enorme que é o amor pelo seu filho.
Como mãe, isto entala-me, dilacera-me. Como gostaria eu de lhe poder escrever um outro final que não este. Como gostaria eu de lhe poder inventar um amor de mãe sem lágrimas. Como gostaria eu de poder fazer ressurgir, ainda e sobretudo aqui, o menino de sua mãe.
Touching and true. Sara
ResponderEliminar...sim... :`( Sónia Carvalho
ResponderEliminar....:'(....
ResponderEliminarAnabela Lisboa da Silva
A mim comove-me, sem dúvida. E não há razão para não falar do que nos comove. Obrigada por terem lido, meninas*.
ResponderEliminarQue grande sentimento de vazio deve ter esta família, sobretudo a mãe! Deve ser muito angustiante não saber o paradeiro do menino nem o que lhe aconteceu... Após estes anos todos, tanta espera, tanta esperança, tanta luta para descobrir a verdade, pelo menos, e resultados: 0. Muito triste! Marla
ResponderEliminarNem sei o que dizer. Este é um assunto que me perturba muito...
ResponderEliminarÉ verdade, Marla, é mt tocante.
ResponderEliminarTb a mim, Ana. Mas nunca o tinha registado e quis fazê-lo.
Obrigada por lerem.
Angustiante, perturbador...mas o que a mãe quer é encontrar o filho! Não me parece que punindo alguém sem certezas absolutas se vá aliviar a dor. Incertezas e mais incertezas, parece que nada bate certo nessa investigação :((
ResponderEliminarDulce Novo
É verdade, Dulce. E isso é que é dilacerante. Bjinho e obrigada por leres
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