janeiro 12, 2013

Desejos para 2013


Une jeune Tunisienne affronte courageusement une bande d'islamistes, venus l'obliger à se voiler : Elle monte sur la voiture et répond : " Ici c'est la Tunisie, un pays de plus de 3000 ans d'histoire! Vous, vous n’êtes que des intrus, des parvenus de l’histoire, les descendants du sanguinaire Okba Ibn Nafu .. Jamais, la Tunisie ne sera l'Afghanistan."

Tirado do FB, da página anti-Nahdha, via amigo tunisino.
O meu francês é fraquito mas dá para perceber a coragem da jovem, numa altura particularmente sensível e perigosa para o futuro da Tunísia. Laico e livre socialmente há décadas, teme-se pela perda de direitos, vários, inclusivamente os da mulher. Mas mostra também que há quem persista no caminho da modernidade e do respeito pelas liberdades individuais. Voltar atrás seria um retrocesso e seria desvirtuar o teor da revolução de jasmim. Pessoalmente, desejo que, quando voltar à Tunísia, possa sentir o aroma a jasmim, solto e fresco, nas ruas e nas pessoas. Porque foi assim que conheci o país e assim que me afeiçoei a ele. E, sobretudo, porque quem lá vive e quer viver, de forma digna e livre, assim o merece.

8 comentários:

  1. A chamada Primavera árabe vai acabar num Inverno muito, muito sombrio. Capaz, até, de trazer alguma borrasca ao outro lado de Mediterrâneo.

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    1. KK, exultei com a revolução de jasmim, porque a ditadura política era incomportável: o culto da personalidade (um negócio podia fechar se não ostentasse a fotografia de Ben Ali nas suas paredes), a corrupção criminosa da família Trabelsi, o vergonhoso roubo do povo (viu os bunkers carragadinhos de ouro?), a não existência de liberdade de expressão (uma vez mandaram-me calar no aeroporto só por ter mencionado o nome do presidente, quem sabe quem estaria a ouvir), a censura jornalística, televisiva e "internauta", a miséria económica em que mergulhou o país e o grosso da população, a oligarquia que só servia os ricos, o tratamento dos tunisinos nos hotéis só para turistas estrangeiros. Mas é um facto que o estatuto da mulher estava avançadíssimo, comprovei-o, de resto, inúmeras vezes. E também já aqui disse que o uso do véu não é problema se for decorrente de opção (porque o há). Agora que obriguem as raparigas a cobrirem-se se não o desejam e que lhes façam perseguições completamente medievais, é inaceitável. Temo o futuro, sim, por elas - e eles, porque os há - homens - liberais e cavalheiros. Enfim, esperemos por junho... haverá eleições e pode ser que o partido do governo e os islamitas vão de vela. Espero. Não suporto estados que não sejam laicos. Bom fim de semana, KK.

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  2. Por favor, indique a fonte da notícia. Obrigado.

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    1. Tirei do mural FB de um amigo tunisino, que ele partilhou da página AntiNhada.
      http://www.facebook.com/photo.php?fbid=406781549402465&set=a.391195827627704.97659.114350718645551&type=1&theater
      Não sei se terá acesso.

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  3. Experimento algum receio sobre o que irá acontecer naquela região, mas estou solidário com os que querem a mudança.

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    1. Também receio... vamos esperar para ver. O antes era insustentável, resta esperar que o depois não (o)seja.

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  4. Também espero que o futuro seja risonho para a Tunísia. O seu povo tem sido muito corajoso e tem dado os passos certos para garantir (eventualmente) a liberdade e os seus direitos. Mas como a política pode trazer surpresas desagradáveis, vamos aguardar. De qualquer forma, a Tunísia é o país em melhor situação no contexto pós-revolucionário da Primavera árabe. Dos outros países insurgentes, é melhor nem falar... Marla

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    1. É verdade, Marla. No caso tunisino, a ver vamos. Ainda com esperança...

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