março 11, 2014

Facilidade e dificuldade

     

Não são raras as vezes em que quem não é pai nem mãe, independentemente da razão, dá grandes palpites sobre como educar as crianças. Toda a gente tem o direito de opinar, sobre isso não há dúvida, apenas acho que teorizar é uma coisa e passar por elas na prática é outra. Eu também dizia e dizia antes de ser mãe, tinha mais certezas do que tenho agora, pois tenho cada vez menos. Por isso as acho descabidas, as recomendações, e absolutamente indesejadas quando não pedidas. Então as observações ao jeito de reprimendas nem se fala. Como se pode criar e aplicar um manual de intruções quando se desconhece algo na sua mais profunda realidade? Opinar, sim, falar com a voz da experiência, não. Mesmo se se dizem coisas teoricamente muito acertadas. O pior é o desacerto diário que significa educar, educar bem, pelo menos. Na prática, educar é difícil. Já falar é sempre mais fácil. Criticar, censurar, desaprovar. Também aqui, com os filhos dos outros. 

7 comentários:

  1. Faty, percebo o que queres dizer, mas não me parece que seja necessariamente assim. Eu não sou pai, mas não creio que isso me impeça de avaliar o comportamento de um/a pai/mãe. Por exemplo, se eu vejo um/a pai/mãe permitir que o filho trate mal as outras pessoas, sem lhe fazer qualquer tipo de advertência, tenho toda a legitimidade para dizer que não estão a educar correctamente o filho; e, infelizmente, olha que me farto de ver cenas dessas.

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    1. Claro que também compreendo isso, Carlos, aliás penso ter isso salvaguardado no post. O facto de se poder opinar e bem. Mas acredita que se muda quando postos perante os factos na prática, maternidade e paternidade neste caso. Teorias que tínhamos podem ir-se... e inclusive não necessariamente para pior. :) Podemos sempre avaliar mas estar dentro de algo é sempre diferente do que estar de fora, em relação a tudo, atrevo-me a dizer. E sabes que há gente muito inconveniente a mandar bitaites, perdoa-me a expressão. Quando muitas vezes nada sabem do pensam ou dizem saber. :)

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    2. Faty, claro que sim, não há nada como viver uma realidade por dentro e há muita gente a falar daquilo que desconhece. Mas -- concordarás comigo, estou certo -- também há muitos/as pais/mães a mandar bitaites que só nos fazem pensar: como é que esta pessoa pode criar uma criança? Em que adulto está criança se irá tornar? E outro fenómeno, que também já deves ter observado: os/as pais/mães que criticam todos aqueles que não educam os filhos como eles o fazem.

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    3. Completamente de acordo. Há pais e mães que não o deviam ser... achas que eu não vejo isso, tendo a profissão que tenho? Aliás, muito bons são alguns miúdos para os pais que têm.... Também me faltou dizer que o post não se refere às questões do bem e do mal na sua vertente ética que todos partilharão e que têm o mais profundo direito a opinar e a avaliar. Referia-me a coisas pequenas, do dia a dia, coisas que são relativas, que são pessoais, muitas vezes, e que não aceito que me sejam ditadas por quem não passa por elas. Tive uma colega muito mais velha, solteira e sem filhos, por exemplo, que logo que o meu filho nasceu se pôs a fazer considerações várias sobre aspetos que não conhece, porque não pode, não é possível. E o mesmo fazem outras que não sabem nada deste dia a dia louco que é ser mãe, mulher, esposa, dona de casa, profissional. Percebes? Não estamos em desacordo.:)

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    4. Sim, claro que percebo. :-)

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  2. Concordo com ambos! Há pessoas que falam sem saber, é certo. Mas há também pessoas que não têm noção do que é educar uma criança. Não falo por experiência, é certo. Falo apenas daquilo que observo, como professora tal como tu, ao trabalhar com crianças e adolescentes. Obviamente não costumo mandar "bitaites" aos pais, sou professora e não responsável-mor pela educação dos meus alunos. Cada um sabe ou deveria saber como educar uma criança ou o exemplo que deve ser / dar. Mas é habitual comentar com colegas ou outras pessoas certas situações e exemplos que alguns pais dão, assim como a falta de educação e respeito que os miúdos demonstram. Agora se falamos de coisas pequenas, já sabes que há pessoas que têm a mania de meter o nariz em tudo e quando não é pertinente, seria escusado ... Marla

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    1. Pois é nas coisas pequenas e mais triviais que mais me irritam :) Sobretudo quando nada lhes foi perguntado ou pedido.

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