maio 29, 2012

Caminho

 
Não sabia o que fazer. Pela primeira vez não queria ir para o lado que lhe diziam. Também ainda não se atrevia a ir para o lado que a sua própria vontade lhe dizia. Tantos anos a dizerem-lhe para onde ir, não era fácil desiludi-los, esquecê-los e centrar-se, pela primeira vez, apenas em si própria. Tinha sido sempre uma marioneta. E agora, que finalmente já não o queria ser, que cortara os fios que a amarravam a umas mãos que não queria mais que lhe  orientassem os movimentos, não sabia o que fazer. Não sabia caminhar pelo seu pé. Não estava habituada a ser livre.

5 comentários:

  1. É difícil começar do zero. Mas como disse o nosso querido Pessoa, "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena."
    Cortar os fios que nos amarram só faz bem. Perder o fio à meada? Uhmmm, isso nem sempre é bom!
    Beijo, querida professora! Gosto sempre de passar por aqui e aprender com a sua escrita e sabedoria. Sou fã!

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  2. Bem verdade!
    Como quando se começa a andar... Os primeiros passos... Depois a confiança... Depois um breve corrida... E se entretanto não houver uma queda que se transforme em medo e insegurança surge o primeiro salto!!!
    O caminho dos pequenos saltos não é o mais fácil e envolve riscos mas é bem compensador!
    :)

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  3. Olá Nuno muito obrigada pelas tuas palavras, fico feliz por continuarmos juntos desta forma e aprendermos um com o outro, ainda ontem estive no Lá e sei em que pé te encontras:)

    Ana, estreio-,me hoje com pequenos ensaios narrativos sobre ângulos que não têm a ver comigo necessariamente mas com todos nós, em alguma fase ou aspeto. Espero que gostes.

    Um grande beijinho para os dois, gostei muito dos vossos comentários.

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  4. Depois de estar coarctada durante muito tempo, a liberdade pode ser um "lugar" estranho.

    :)

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  5. Pode, sim, jrd. Que bela imagem para um absoluto menos belo sentimento.:)

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