agosto 14, 2014

Tendências deste verão


1. Obama não veio a ser o que poderia ter sido, ou o que esperava eu que viesse a ser, isto em termos de política externa. Continuou a histórica tendência norte-americana de apoiar incondicionalmente os seus aliados e de ignorar o resto desde que esse resto não coincida com os seus próprios interesses. Ainda assim, não devia estar surpreendida com a desilusão. Afinal, fazer diferente apenas porque se é um pouco diferente seria uma espécie de racismo ao contrário. Se presidentes brancos, nos EUA ou em qualquer lado, fazem-nas mal - e muito - porque não haveria de acontecer exatamente o mesmo com os não brancos? 

2. Na Rússia vendem-se T-shirts com a figura do presidente Putin. Esta é uma tendência nova por lá, creio, e espero que a moda não pegue por cá, salvaguardando as devidas distâncias. Ele há gostos para tudo, já que não me pareceu que estivessem os compradores com nenhuma arma apontada para fomentar a aquisição. Mas tudo é possível, há caciquismos que não desaparecem, vão-se é mudando as abordagens. Do que vi, a única coisa de que gostei foi das latas estilosas onde as T-shirts vinham. Tirava-lhes o papel e punha outro, com o rosto do Clive Owen, muito provavelmente. Será que as vendem sem o conteúdo? 

3. A tendência em Hollywood é condenar à fogueira quem se opõe ao estado de Israel e quem critica o lobby judaico de alguma forma. No meio da novela Cruz/Bardem, em que estes foram chamados de ignorantes, porque oriundos de um país que teve a Inquisição (de terrivel memória, para que conste), descubro que em 1996 o ator Marlon Brando já tivera de pedir desculpas por ter falado na TV nos estereótipos nacionais dos filmes americanos, nas mãos de executivos e produtores judeus, essencialmente. Liberalismo, sim, mas só se numa direção. Liberdade de expressão e artística, idem aspas. Não soa isto também a medievalismo? 

4 comentários:

  1. Obama não é uma perfeito lacaio do lóbi sionista, porque ninguém é perfeito.

    :)

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    1. Obama tem um discurso inspirador, isso lhe concedo, mas é profundamente "político-americano" no resto, talvez preso na(s) tendência(s) de sempre, o que também lhe concedo.

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  2. Muitos presidentes, sobretudo os dos E.U.A., não passam de meras marionetas controladas pelos grandes poderes económicos dos respetivos países. O Obama não é exceção, apesar de ter uma postura e uma visão diferentes das do seu antecessor.
    A Rússia atravessa um momento decisivo de afirmação de poder perante o resto do mundo. Daí, a importância da propaganda junto do povo.
    E atirando mais achas para fogueira, a comediante Joan Rivers (recentemente falecida) atacou esses atores e afirmou que os palestinianos mereciam morrer. Que horror!
    Marla

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    1. Bem dito, Marla, é isso mesmo. Quanto à Rivers não sabia que tinha dito uma coisa desse género, mas também nunca vi nada seu.

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