maio 14, 2013

Navegar quando é preciso

   

Acabei de dar uma volta por alguma blogosfera, sobretudo que não conhecia ou onde raramente vou. Vi coisas de fugir, sem interesse, rascas, sensacionalistas, mal educadas, do piorio. Um mundo que não me interessa. Depois, li coisas do maior interesse, que desmontam ideias, questionam, abalam as estruturas habituais de pensamento. Inspiradoras, porque me fazem refletir, querer escrever também sobre isso, concordando ou mesmo não partilhando as mesmas ideias. Um mundo inteligente e que passa ao lado do caos que se vai cultivando do outro lado. Dois mundos paralelos. Enveredar por um, eis a questão. 
Isto da blogosfera tem ecos da vida real, se tem. Até nos amores. Há quem nos continue a apreciar depois de nos conhecer e há quem nos deixe. E nós o mesmo, temos entusiasmos iniciais que depois não resistem. Ao que quer que seja que não nos faz o clique. Então passam pelo nosso blogue e ficam ou partem. E nós igual, acabei de confirmar rotas que não quero percorrer e outras que me levam ao destino que vou escolhendo. Amores ou outros afetos, que se consolidam ou morrem. Igualzinho ao mundo offline. Perspetivas e estilos que não se complementam nem se encaixam. Ou que sim, e muito.
Esta incursãozinha por alguma blogosfera também me disse outras coisas. Que os números, em muitos casos, não significam o que podiam significar. Seguidores, visitas, comentários, há muitos, muitíssimos, e, no entanto, o conteúdo pode ser o vazio, o óbvio ou o caótico. Pode ser, nem sempre, como saberão. Comentários. Já dizia a Ivone, uma bloguista de que gosto, que mais vale poucos e bons do que muitos e maus. Vi cada um, nesta voltinha. Nada dizem, nada clarificam, nada valem. Mal estruturados, mal escritos, mal pensados, pronto, maus mesmo. O que se quer? Poucos e bons. Ou muitos e bons. Bons.
Uma pequena viagem muito elucidativa, foi. A dizer claramente para onde e não ir.  São as escolhas, não possíveis, neste caso, mas conscientes e voluntárias. Sem elitismos culturais mas passando pelo discutível teste pessoal de qualidade e interesse. Seleção natural, não há como evitar. Porque há coisas que quero que façam parte da espuma dos meus dias e outras não. Online ou cá fora.

10 comentários:

  1. Compreendo-a e concordo absolutamente consigo, embora esse lado mais sórdido e "do piorio" de que fala eu desconheça. E ainda bem, pelos vistos.
    Ainda sou nova nesta coisas e escolho o caminho que me é indicado por quem já anda nisto há mais tempo. Os blogues que visito eram escolhas de blogues de que gosto, como uam cadeia infinita de afinidades. E, ainda assim, há nas suas sugestões, por exemplo, ou nas de outros, coisas com as quais não me identifico e vou deixando "cair" pelo caminho, porque tenho cada vez menos pachorra para perder tempo com o que (e quem) não (me) interessa.
    Tudo tal e qual como na vida real ;)

    Um beijinho
    Isabel

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    1. Exato, Isabelinha, isto é não mais do que um reflexo do que acontece cá fora :) Eu, de vez em quando, vou navegando, vendo o que há por aí (e é muito) e que não conheço (é muito). E há más e boas surpresas. E a escolha, claro. Bjs

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  2. Mais uma coincidência curiosa.
    Estava eu a preparar-me para glosar o tema, ainda que numa perspectiva mais redutora, porque virada sobretudo para a política, quando deparei com o seu excelente texto.
    Encaro com alguma bonomia e sentido prático as situações que refere, mas para já, decidi que vou adiar o poste.
    A blogosfera é muitas vezes perversa e magoa quem por ela navega, guiado somente pelas "estrelas", sem cuidar de mudar a agulha quando é necessário.
    Nove anos de bloguista deram-me alguma experiência e acima de tudo ensinaram-me a ter "intolerância na tolerância" ou vice-versa.
    Já não tenho paciência para alimentar polémicas a não ser em casos verdadeiramente interessantes e de acordo com os meus conceitos, que não apenas com as minhas ideias.
    Quando sinto que estou a mais, desembarco. Na situação inversa deixo-os andar à deriva, até eles perceberem.

    Vendo bem ficou plasmado no meu comentário, quase metade do poste.
    Abraço daqui, onde se está muito bem.

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    1. Detesto polémicas e insultos e coisas do género, jrd. Aparece cada comentador e cada comentário por esse cibermundo fora... Mas também há de tudo a escrever, é a democracia das ideias :) O lado bom e o ... menos bom.
      Intolerância na tolerância ou vice-versa :) Gosto, é por aí :)
      Bj para o reino da Dinamarca :)

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  3. Eu recuso-me a 'deixá-la', ou a deixar de ler este blog, embora nem sempre 'entre', mas leio sempre que cai um post lá no meu canto. Quando descobri o blog da Fátima por acaso, fiquei e gosto. A começar pelo nome, passando pela imagens, que adoro. Admito. E os textos. Não será por esta ordem. Depende dos dias. E não, não é 'graxa', não uso, faz mal à alma. Ainda não me decepcionou, embora existam opiniões suas de que não concordarei, mas não é razão - pelo menos para mim - para deixar de ler alguém. Até nas diferenças que existem na escrita dos outros podemos sempre aprender algo. Gosto de aprender e, palpita-em que assim continuarei se viver até aos 99 anos. Coisa que duvido, não na parte de aprender, mas na parte de viver até aos 99 anos.

    Beijinho Fátima e fique por cá que está muito bem :)

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    1. Obrigada maria, pelas suas palavras. Claro que não temos de concordar, ora essa :) Na diversidade, se polida e bem formada, é que está o ganho :) Gostava de ter mais tempo para caprichar nos posts mas nem sempre dá. Faz-se o que se pode :) Volte sempre. Beijocas

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  4. É como em tudo na vida, Fátima. Felizmente, temos a opção de escolha... :)

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    1. Mesmo, é uma reprodução da vida real. Navega-se e descobrimos portos sedutores ou que nos espantam. Temos escolha, sim, neste caso, thank god :) No segundo caso, zarpar! :)

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  5. Desta tua odisseia pela blogosfera, regressaste com mais certezas: bom/ mau, quero/não quero, lixo/ interessante :) Bjinhos

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    1. Sim, só explorando e conhecendo é que podemos escolher :)

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