Sim, sou uma eterna romântica. Não resisto a uma boa história de amor, sobretudo se mistura cinema e exotismo. De tal forma que fiquei de quatro pelo romance que correu mundo nestes últimos dias. O casamento, melhor dizendo. Lindo, de espírito global, à grande e à italiana. Também eu sucumbi ao charme do enlace, também eu "googlei" para ver as fotos e saber mais sobre a love story, também eu me deixei apanhar pelo guarda roupa da noiva e pela beleza que caraterizou o evento. Eu, que nem sou dada a celebrações nupciais. Bom, um salão de festas qualquer aqui na região não consegue competir com os canais e os convidados cintilantes deste mega casório, deve ser por essa razão. Mas o que o tornou especial talvez seja afinal bem mais do que isso. No meu caso, este nó cativou-me por ser internacional e intercultural, por se tratarem de duas pessoas maduras, num registo sem escândalos, sem atilhos, absolutamente clássico, a deixar um incrível toque de sedução e romantismo.
Sobre George Clooney, já havia escrito aqui umas linhas. Não fazendo parte do meu atual top 5 no que diz respeito a atores de eleição, considero que se trata de um homem real real realmente bonito, simpático e elegante, que tem uma faceta humanitária que muito aprecio. No ecrã é igualmente cativante - tenho vindo a apreciá-lo cada vez mais - e achei graça, muita graça, ao eterno solteirão (ou quase) que jurava não casar nunca mais e que agora ostenta uma aliança no dedo à escala mundial de forma nitidamente feliz. E se alguém está feliz assim, eu feliz fico logo logo a seguir. E a noiva? Quer dizer, a Sra Clooney, neste momento? Não a conhecia antes mas aprovo-a completamente. Exótica, independente, diferente. Acho que irradia luz. Para além dos outros atributos que lhe são dados, a luminosidade já pode explicar muita coisa. Aqueles sorrisos nas imagens que vimos e vemos são verdadeiramente incandescentes. Felicidades, para ambos, que sejam muitas, muitas.
Mas nem toda a gente se deixa contagiar. Há sempre quem deseje mal, espere o mal, veja apenas (o) mal. No meio de grande excitação coletiva online, descubro teorias, medos, augúrios, julgamentos, críticas, desdéns, friezas. Que ela, Amal, é feia e masculinizada, que lhe vai roubar o dinheiro todo, que é árabe, que por ser advogada não é automaticamente inteligente, que casaram porque está grávida, porque ele precisava de casar, porque os gays é que gostam de magras, porque esbanjaram dinheiro quando tantos sofrem, porque ele fez do casamento um carnaval, porque se está apaixonado devia manter tudo mais privado, porque ela defende pessoas que até são duvidosas, porque a família dela é drusa, porque ele não é bem sucedido a nível humanitário, porque é tudo uma fachada para ele chegar a governador, porque o divórcio sairá rapidamente, porque ela já é muito velha para ser mãe e ele nem se fala, baaaaaahhhhhhaaaaaaa. Por favor, parem. Relaxem. Ou o mundo está assim tão cheio de cínicos, de descrentes, de agoirentos, de invejosos, de destruidores, de haters, de corações sem chama? Medo, saber ou ler isto mete medo.
Na verdade, ninguém pode dar certezas acerca da longevidade da sua relação ou do seu casamento. Da mesma forma, cada um saberá das razões para estar com alguém sem ou com papel assinado. Quanto durará este matrimónio é coisa que seguramente não interessa. Pode durar para sempre, como os nossos, ou não, como os nossos. Se durar apenas o tempo de uma fita de cinema afinal já terá valido a pena. A bem dizer, foi um casamento digno de filme. E eu cá não levo isso, de todo, a mal.