Tendo a admirar quem manifesta posturas interventivas, sentido crítico, quem questiona e não se conforma. Mas confesso que de uma forma doseada, ou seja, não aguentaria viver em permanente desafio, em constante desacordo, sobretudo se essa atitude é meramente teórica, destrutiva, pessimista e desconfiada. As teorias da conspiração, as manias de perseguição e outras paranóias que revelam obsessão e pouca reflexão não encontram acolhimento nem paciência deste lado, pelo simples facto de gostar de mais ponderação e frieza analítica no julgamento das coisas. A maturidade, aliás, é passível de trazer esse distanciamento mental, já longe das paixões mais exacerbadas da juventude. Mas o pior de tudo, e aqueles com quem não partilharia mais do que umas horas da minha vida, são os anarquistas niilistas, se assim se podem chamar. Percebendo eu pouco de filosofia formal, o que pretendo dizer é que me cansam os teóricos do caos, aqueles que mal em tudo veem, que sentem gozo em tudo destruir, que só levantam obstáculos, que só sabem duvidar, que nunca confiam, que não sabem em nada acreditar. Este negativismo omnipresente é do pior. Se ocasionalmente posso achar graça e até comungar das suas observações em alguns aspetos, a verdade é que não me identifico com os que apenas destroem e nada constroem. Que fique claro: a intervenção é essencial, a consciência idem aspas, a coragem e o risco são admiráveis. Mas a pura maledicência, a anarquia estéril, o pessimismo crónico, a mente destrutiva, a generalização malévola e a incapacidade de reconhecer o bom, de apreciar o que há de bom são facetas que deixam a desejar, para dizer o mínimo. Que canseira, viver assim, que perversidade, até . Porque não só não são capazes de fazer (mais) felizes os outros como, sobretudo, eles próprios.
Os eternos insatisfeitos, puros, são infelizes, pois são... Já os que questionam em prol do avanço, serão eventualmente o motor de todas as coisas...
ResponderEliminarGostei muito e não podia estar mais de acordo :)). Cansa-me gente negativa, pessimista, amargurada, ressabiada, mal amada... e ainda por cima, estragam-nos a beleza ;)Lília
ResponderEliminarCarla,penso que a insatisfação pode ser imensamente criadora e inspiradora. Já os arautos da desgraça e os destrutivos por natureza só ajudam ao caos.
ResponderEliminarLília,encontram-se em todos os quadrantes,esferas,géneros,etc... Cansam,sim. :)
Gostei muito do comentário da Lília. Em total sintonia! Marla
ResponderEliminar:):)
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