novembro 02, 2012

Extravagâncias


frida-2

Tenho tendência para achar graça à extravagância. Aquela extravagância que é claramente ostensiva, assumida, colorida, doida. Geralmente trata-se de indivíduos altamente bem dispostos, ousados, desafiadores mas ao mesmo tempo nada deprimidos, antes radiosos, algo boémios e com visão alargada. Acho que fazem falta para animar a malta e pecam por serem escassos na vida quotidiana, no local de trabalho, na rotina de sempre. Antes e sempre a extravagância, por contraste com as vistas curtas, a mentalidade pequena, de aldeia (nada tenho contra as aldeias, cada vez gosto mais, da sua simplicidade, escreverei sobre isso qualquer dia), o preconceito, a  existência avarenta e mesquinha, a frustração invejosa. Geralmente, os extravagantes arrancam-me gargalhadas, e fazer rir é uma belíssima caraterística. O bom astral, a auto-confiança, a presença vistosa, se acompanhados de culta sabedoria e experiência de vida, alegram muito os dias que se desejam bons. Estrelas de cinema, artistas, celebridades com talento, intelectuais e outros contam com extravagantes nas suas fileiras. Que sensaborão e cinzento panorama teríamos sem eles. Apenas vejo um aspeto negativo. É aparecerem, frequentemente, apenas no écrã, nos media. Não estão, pois, suficientemente perto para encherem de graça e atrevimento o nosso previsível quotidiano.

6 comentários:

  1. :) São, na maioria das vezes, o que nós em psicologia chamamos de neuróticos histéricos. São giros sim senhor, e quando não são fazem por ser...

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  2. :) São, não são? Divertem-me à brava, Carla, e, assim sendo, viva a histeria neurótica::))

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  3. Tenho um assim na "família", a sua descrição de extravagante cola-se na perfeição a este meu padrinho. Homem do teatro, figurinista, escultor e pintor (pintura a óleo é a sua paixão)para além de escrever poesia. Tudo nele trasborda. Confesso que por vezes é demasiado cansativo conviver um dia inteiro com este meu padrinho. Agora, tendo a discordar em relação ao "nada deprimidos". Por vezes caem em depressões bastante profundas e olhe que não é coisa bonita de se ver.

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  4. :) Acredito que seja cansativa a convivência diária permanente com estes extravagantes:) Quanto aos "nada deprimidos" talvez fosse melhor eu ter dito nada melancólicos, porque falo dos alegres, daqueles que nos levantam o astral, com humor apesar de caprichosos, muitas vezes. O que não invalida que não possam ter depressões. Aliás, são as pessoas que mais esbanjam energia e que se esgotam em várias facetas que mais podem delas sofrer. É o preço. Viver placidamente sem sobressaltos nem chama não esgota. O que esgota são as ousadias, os riscos... Hei de escrever sobre isso, deu-me uma ideia. Bom domingo, Maria.

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  5. Ando a ler um livro precisamente sobre uma personagem extravagante, em todos os sentidos, e muito irreverente. Ou se gosta ou não se gosta nada dela!
    Também sinto um grande fascínio por pessoas e personagens extravagantes, inconvencionais, ousadas, ... Por isso, sou grande fã de Almodóvar onde abundam estas criaturas doidas e coloridas! Marla

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  6. :) Podes crer! Fazem falta para dar cor a isto tudo!:)

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