novembro 23, 2012

Cantigas de falso amigo



Há indivíduos que reconhecemos como sendo os que dão as más notícias, quer dizer, que dão sempre as más notícias. E há também aqueles que nos vêm sempre dizer o que de mal outros dizem de nós. Porque gostam de o fazer, aparentemente porque querem ajudar, abrir os olhos do outro, avisá-lo acerca de algo ou alguém. Na verdade, não se importam minimamente com o que o outro possa sentir. Não escolhem o momento, o lugar, não veem problema nenhum em dizer tudo o que sabem, de qualquer maneira, ignorando a sensibilidade do outro e a necessidade da revelação. Parecem solícitos, acham-se úteis quando na verdade nos podem estragar o dia, ou mesmo mais. Conheci, pelo menos, umas duas pessoas assim no passado. Gelam-nos com as descobertas que fizeram e perturbam-nos com histórias de maledicência muitas vezes dispensáveis e que apenas servem a confusão e a intriga. 
Fujo destes tipos humanos. A uma dessas pessoas tive mesmo que dizer claramente que não queria que me viesse contar acerca de quem falava mal de mim ou o quê ou porquê ou quando. Não me interessa, digo-lhe. Mas é para avisar, achando que me fazia um favor. Dispenso. Não quero saber. Prefiro descobrir por mim própria que não tenho afinidades com alguém e afastar-me por causa disso. Como não conseguiu cumprir, era mais forte do que ela, afastei-me e foi dela. Corte definitivo, não só por isso mas essencialmente por isso. Não quero (falsos) amigos que me ponham mal disposta. Nem que criem intrigas e confusões sobretudo onde não as há. Um amigo verdadeiro é bem diferente. Tem muito cuidado quando nos dá uma má notícia, pois sabe que nos irá fazer sofrer. E poupa-nos a histórias de escárnio e maldizer. 
Não devemos nem podemos, pois, tornarmo-nos dependentes de pessoas deste tipo. Não estão lá para nos ajudar porque não nos fazem felizes, antes pelo contrário. No fundo há um certo prazer perverso em nos criarem angústias. Por muito desorientados que estejamos, por muitas dúvidas que nos assaltem não queremos perto de nós estes pretensos aliados. Eu não quero.

7 comentários:

  1. E faz muito bem!
    Há quem resolva o assunto "matando" o mensageiro...

    bfs

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    1. Só se aceita um "(The) go-between" na sua função de cupido ::)))

      O mesmo para si.

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  2. Ana

    Infelizmente há muitas pessoas assim,vivendo eu uma experiência desse tipo,sei o quanto são capazes de magoar e ferir.O melhor é virar as costas e tentar alhear-nos que essas pessoas existem!... Pode crer que dá resultado!
    Saudades de si.Bjs.

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    1. Não são posturas construtivas, não.
      Imagino que seja a Ana, do EFA, certo? Belo ano, sim, obrigada. :) Beijinhos retribuídos

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    2. Falsos amigos, quem os quer? Concordo com tudo, mas também realço que é difícil dar uma má notícia a pessoas amigas, pois sabemos que podemos ferir susceptibilidades e , inclusive, estragar amizades, mesmo sendo boa a nossa intenção. Já me encontrei numa posição em que tinha a possibilidade de advertir uma amiga em relação ao companheiro e não o fiz, pois julgo que a maioria das amizades não aguentam estas duras provas. É um risco demasiado elevado... :( Marla

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    3. E sim, devemos afastar-nos dos amigos que não nos fazem felizes e são amigos de intrigas. Marla

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    4. As más notícias são sempre duras e difíceis de dar - quando as pessoas são amigas de verdade. Quando há pressa e ausência de dor em fazê-lo, bem, isso já vem de outra estirpe.

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