Hoje assisti a um grande espetáculo - e não é o que você estará a pensar, com uma bola como referência. É mesmo do maior espetáculo do mundo de que falo. Ia eu a queixar-me estupidamente do preço dos bilhetes quando alguns minutos depois de entrar me arrependo de tal pensamento. Dificilmente se paga uma vida de dedicação a uma arte, de ousadias em direto, de desabrigos familiares, de sacrifícios pessoais, de riscos profissionais. Uma vida tramada, ouvia dizer-se. Por paixão, por nascimento, por opção, por fado, por tudo isto e muito mais, o circo é um fabuloso mundo de ilusão. Da Miss Sonya equilibrista à Miss Outra Coisa domadora de animais amestrados que não é senão a mesma pessoa, da magia que ainda hoje me surpreende aos palhaços que verdadeiramente me fizeram rir, das trapezistas de esvoaçante beleza ao ritmo e humor do apresentador, tudo me fez admirar um grupo de entertainers que levam horas e horas de preparação para nos presentearem com um número que parece simples porque tão natural feito por quem sabe. De dedicação e talento, perseverança e trabalho, audácia e coragem, assim são feitos estes artistas. E porque o melhor do mundo ainda e serão sempre as crianças, o circo quer ser também alegria e uma alegria contagiante, inocente, espontânea traduzida em gargalhadas e admiração de quem entrevê um mundo de fantasia e ilusão, uma outra fábrica de sonhos que projeta muito do que é menos comum nos dias que vamos tendo. Viva o circo, não deixemos morrer nunca o circo. Para que se mantenha viva a magia que sentimos em pequenos no imaginário dos nossos filhos. Fui lá para isso.
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