Não costumo publicar aqui fotografias tiradas por mim, mas estas tirei-as no sábado passado no pequeno parque da minha pequena cidade adotiva. Representam um pequeno gosto pela fotografia e um grande gosto pela vida ao ar livre. Daí gostar tanto do bom tempo, adorar finais de maio e junho e o verão, tudo aquilo que me permite cultivar o respirar fora de portas, absorver espaços exteriores, inspirar e inspirar-me, quanto mais não seja para escrever um post que fuja ao habitual. Será?
Não sei se fugirá assim tanto. O culto que tenho pelo ar livre e que tenho passado para o meu filho, e quanto me alegra ver que larga tudo, televisão, dvd, ecrãs, para brincadeiras lá fora, leva-me a escrever mais do que umas palavrinhas de júbilo pela tarde que passei no tranquilo parque da minha tranquila cidade perto da beira mar. Na verdade, é com alguma tristeza que me apercebo de que não há este culto entre os cidadãos portugueses - o do espaços verdes. Contrastando com aquilo que se passa em Inglaterra e noutros países europeus e não só, não se veem pessoas e famílias descontraídas a usufruir dos jardins e dos parques ao fim de semana, enquanto que as esplanadas estão cheias, os cafés também, e se for em frente ao mar então nem se fala. Também gosto do mar e da praia, mas uma coisa não invalida a outra. Durante muito tempo não é possível fazer praia e nem por isso os parques e os jardins se enchem - era sábado e as únicas pessoas eram eu, o pequeno e idosos. É fácil ver idosos nos bancos de jardins a conversar mas não jovens nem famílias, nem homens nem mulheres sozinhas, nem pessoas a ler, nem descalças, nem em espreguiçadeiras, nem algo parecido. Não há uma cultura de parque como há de café, não há descontração como vi em Londres e noutras cidades europeias, para onde vão correr com os miúdos, ler ao ar livre, sentir o cheiro das flores, experienciar a clorofila? Tudo muito fechado, muito encafuado nos centro comerciais ou então à volta das esplanadas perto da praia, os jardins das cidades abandonados, sem vida, sem risos nem correrias de crianças, definha-se nos centros das cidades. E se há parques e jardins bonitos, este é um deles, é só sentarmo-nos na relva e deles usufruirmos. Admito que gosto do urbano calmo, gosto do arvoredo e da serenidade saudável que o ar puro nos oferece. Que bela tardada. Os pequenos agradecem, as cidades também. De que é que estamos à espera?
Bora lá! Também adoro fins de tarde serenos e amenos! Dulce Novo
ResponderEliminarBonitas e oportunas as fotos.
ResponderEliminarO culto do ar livre é um ritual cada vez mais difícil de praticar in loco.
Adoro... Principalmente na praia!!!
ResponderEliminarAinda este fim de semana passei parte da tarde com O Alexandre na praia!
Fazem-me muita falta momentos como esses...
Bjs
Dulce - e porque não a tarde toda? ::))
ResponderEliminarjrd - eu acho que é porque é um não ritual em Portugal:) no que concerne os jardins
Ana - praia todos fazem, agora parques e jardins - estão às moscas
Ok, amigos, estou do contra:) Perdoem-me? Perdoam-me? ::))
jrd, obrigada pelo "bonitas"::))
ResponderEliminarEsse hábito em parte não existe, porque na grande maioria das cidades também não havia parques e, os que havia, estavam pouco cuidados.
ResponderEliminarHoje em dia, quer no meu Porto natal, quer aqui em Lisboa, há belíssimos parques.
A minha casa de Lisboa está debruçada sobre um desses parques e, digo-lhe, espanto-em ao ver todos os dias pela manhã, mesmo no Inverno, imensa gente a passear, a correr, ou apenas a desfrutar. Ao fim de semana, então, é uma enchente e eu, como não quero perder a caminhada diária, tenho de me levantar cedo para evitar a confusão.
Resumindo: havendo (boa) oferta, há procura...
Que bom, Carlos,fico contente por saber isso - porque aqui nada disso é assim. Também é verdade que é preciso que estejam bem cuidados mas não vejo o culto do parque por aqui como vejo noutras cidades europeias - tudo vazio, às moscas, muito poucas famílias ou nenhumas, gente sozinha nada, enfim deve ser mal daqui então:)
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