abril 05, 2012

Péssimo otimismo


De como a esperança pode ser trapaceira.
Não pensei que os meus  2 subsídios me fugissem para além do delineado não desejado. Vejo, e como não queria acreditar, não queria, que podem mesmo ter ido para sempre.
Ingénuo positivismo.
Estúpida (in)credulidade.
Não sei se deteste o estado e as más políticas ou a mim própria por acreditar na bonança.
Acho que (a) eles ainda assim.
Eu que não sou de ódios.
Não aprecio extremismos nem radicalismos.
Tento não falar da crise e da vida política nacional.
Esta frequentemente enjoa-me.
Mas está complicado manter a balança equilibrada.
Está, de que maneira.
Porque raio ainda damos o litro nas escolas?
Foram-se os direitos todos.
Vai-se a paciência. A confiança.
Sobra o desalento. A fúria.
E o brio.
E um distraidor embuste chamado avaliação de professores.
A grande sorte de quem nos vai tramando.

6 comentários:

  1. Desde que foi feito o anúncio do corte, nunca acreditei que eles fossem devolvidos. Pelo menos, por inteiro. Um dia destes vou explicar lá no CR por que razão o grande roubo é mesmo o subsídio de Natal.

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  2. Nem me fale, Carlos. Fartei-me do otimismo, vou voltar a ser revolucionária!:) Pois contente já não sou!:)
    Obrigada pelas visitas,Carlos, dão-me uma grande alegria - valha-nos isso:)

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  3. Descontentamento e frustração abundam no meu ser... Apesar de ainda não ter sentido na pele a falta dos subsídios, porque seriam só atribuídos a meio e no final do ano, senti-me mais uma vez fortemente desvalorizada ao receber a minha avaliação há uma semana. Partindo do princípio de que não posso fazer um trabalho de excelência com o dobro dos alunos e o dobro dos níveis, nem desenvolver muitas atividades extra-letivas, a minha avaliação estava, há muito, já definida sem se conhecer a verdadeira realidade! Marla

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  4. A avaliação foi uma hábil maneira de nós nos "distrairmos" e concentrar-mo-nos num árduo trabalho, por brio ou necessidade. E o pior é que não premia toda a gente que se esfola e tem mérito e, ao invés, premia outros que não o têm ... Viciado, vergonhosamente viciado.

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  5. Mas de que estão a falar? Não me digam que vocês ainda são professores!!! E como é que a Faty, sendo professora, ainda se encontra num estado cognitivo tão aceitável que lhe permite escrever assim??? Eu deixei de ser prof há algum tempo, mas não o suficiente para evitar o desequilíbrio psíquico (e hormonal). Os únicos que sobreviveram são os que caíram fora disto há mais de 5 anos.
    É claro que ainda ando na escola, mas não sou professor, sou entretainer. Desloco-me pelos corredores com ar de palhaço, salto por cima da rapaziada que joga as cartas, conto anedotas aos outros palhaços (ou seja, faço pedagogia paleativa) e pergunto amiúde qual é a sala para onde devo ir. Trabalho? Ensino? Profissionalismo? Que diacho de coisas são essas?
    Grande abraço.
    joao de miranda m.

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  6. :) Está difícil, está, João:) O que nos vai valendo são outras coisas, outras paixões, outros pilares... Beijinho grande

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