dezembro 31, 2011

Grandes livrinhos

                   

Escolhas literárias são para quem sabe, gosta e pode. Gostos continuam a não discutir-se e cada um é feliz, em princípio, com as suas escolhas. Se a nível de livros para grandes é mais sensível dar-se sugestões, relativamente a livros para pequenos parece-me que tal facto gerará mais consensos. Assim sendo, aqui vai.

Neste momento, um dos livros na cabeceira é O livro das datas, de Luísa Ducla Soares. Não será uma absoluta novidade para muitos mas comprei-o já antes do natal para o meu filho e temos vindo a lê-lo, noite após noite, ao ritmo de uma data e história por luar, que tão bem predispõe o pequeno para dormir a sonhar. São tratadas datas importantes como o dia de natal, claro, o dia um de janeiro dia mundial da paz, o dia de reis, o dia do pai, o 25 de abril, o dia da árvore, o dia das mentiras, o 1º de dezembro, etc, etc. A ilustrar a informação relativa à origem e caraterísticas da festividade, surge depois um breve conto que aproxima cada uma dessas celebrações ao quotidiano dos pequenos de hoje, de forma bem conseguida, simples e natural. Gosto, sobretudo que o pequeno goste, é importante ficar a conhecer o que se celebra no nosso país, e aqui fica a sugestão para quem tem crianças em casa ou no coração.

No seu aniversário, foi-lhe oferecido um livro em estreia, o Grande livro dos medos do pequeno rato, traduzido de Emily Gravett. Trata-se de um fabuloso livro que procura dissecar os medos das crianças. Página após página vão sendo trazidas as fobias e os medos típicos de quem ainda não cresceu, numa mistura de real fantasia com aventura - como a visita à Ilha dos Susto, que até nos guia com um interativo mapa - mas também com grande potencial em matéria de psicologia infantil, para quem acha, como eu, que estas coisas não são absurdas, pelo contrário, são essenciais ao (auto)conhecimento. A etiqueta na contracapa é do mais delicioso que vi - o livro foi comprado no Centro Comercial Ratoeira, na Livraria do Queijo e não é que o livro aparece róido, riscado e estragado? Como se o ratito realmente estivesse a dar cabo de tudo? Importa é dar cabo dos medos - o pequeno, que não se intimidou como até esperara, disse-me continuar a ter medo do escuro para dormir e a ter medo dos cães grandes. Mas sempre adiantou, convictamente orgulhoso, que já havia muita coisa de que não tem medo nenhum...

Medo tinha eu que tais títulos lhe e vos passassem ao lado, por isso, espero que as sugestões venham a calhar. É que ainda pode haver presentes no dia dos reis.

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