tenho a sorte de ter um pátiozinho virado a sul. chega a temperaturas consideráveis no verão, não encontradas depois em lado nenhum por onde me desloque aqui a norte.
o pequeno, repetindo que estava um belo dia, quis almoçar lá fora há dois dias atrás. primeiro disse que não, mas anuí, e lá nos sentamos os dois, inesperadamente sozinhos em casa por estes dias, um sol intenso a bater-me na cara, mangas arregaçadas, o que é que tens na cara mamã, não sei, o que é, estás toda vermelha.
e lá senti o calor invadir-me por entre as sombras deste natal, naquele pedaço de férias habitualmente recolhidas, levando-me para sítios mais longe e regenerando, por momentos, todas as células acinzentadas de quem hiberna emocionalmente por esta altura.
à noite recebo uma sms duma prima a sul, estava a começar o verão azul na rtp memória. lembrou-se. consegui rever o episódio inteiro com o pequeno. acho mesmo que soltou algumas gargalhadas com o piraña, à medida que eu explicava a história. sorri e ri, de tempos felizes e de miúdos que já não o são, mas que habitam nas nossas memórias coletivas de verões quentes tocados a frescura.
que bem que me soube, agosto surgir-me em dezembro.
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