julho 15, 2013

Só e bem acompanhada


Pode ser que não seja a primeira vez que aflore aqui isto. Mas, por causa da conversa de hoje ao almoço, mais uma, e mais uma que me faz escrever uma coisita ou outra, cá fica.
Há gente que não consegue estar sozinha, precisa de companhia permanentemente, seja para estar em casa, para praticar desporto, para ir às compras, para ir ao restaurante ou ao cinema, para tudo. Independentemente do facto de viverem com alguém ou não, não é esse o cerne da questão. É mesmo uma grande necessidade de terem outros ao pé para conversar a tempo inteiro, para as ouvirem, para sei lá o que for mais. Eu cá, e pelos vistos mais duas colegas, pelo menos, gosto muito da minha companhia. Gosto, pronto. Renova-me as energias ao mais alto grau passar bocados de tempo só comigo mesma. Cinema, compras, restaurante, café, caminhada, e mais. Aprecio o meu silêncio e a minha independência, a ausência de compromissos e de horas marcadas, a não existência de conversas sobre tudo e sobre nada, a paz que é fazer as coisas simples de que gosto, que podem até não ser coisíssima nenhuma, a liberdade de ir e vir, ou apenas de estar e ser. Sou sociável e comunicativa mas preciso destes espaços para me equilibrar. E cultivo-os.
Há, está visto, indivíduos que são autênticos animais sociais, quer dizer, não vivem sem companhia, festas, saídas, divertimento, tudo deste género. Mesmo que depois não façam a menor diferença quando saem, que não acrescentem nada, que não sejam necessariamente mais felizes por causa disso, se formos à essência da coisa. Sou sociável, repito, mas não sou um animal social. Gosto de sair e de estar em casa, gosto de algum divertimento e companhia, boa, mas também do recolhimento, do riso mas da reflexão, e gosto principalmente de, quando saio, fazer a diferença, acrescentar alguma coisa. Estar para ali a fingir que gosto e que me divirto é que não. Passei a idade dos fretes. Para sair e ser feliz na diversão é preciso uma boa dose de energia e quando a não tenho gosto de ficar sozinha e ir buscá-la de novo. Não sou fã das donices de casa (grande amiga Adília, a expressão é tua), a tempo inteiro e por obrigação. Mas gosto de casa para recarregar as baterias, e gosto de estar sozinha em casa para isso mesmo. E sozinha, muitas vezes fora, por isso também. Ou algo mais, é possível.
Não preciso de estar sempre acompanhada, é um facto. Gosto da minha companhia, mais uma vez. E quem fala a verdade não merece castigo.

8 comentários:

  1. Por vezes sós

    mas nunca isolados

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    1. Isso mesmo, Eufrázio. As marés de que somos feitos :)

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  2. Percebo perfeitamente, porque também sou um bocado assim: também preciso de tempos e espaços só meus para me (re)equilibrar. E acho que isso faz com que os momentos em que estou acompanhada sejam mais plenos e intensos. :)

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  3. Estar sempre acompanhada/o pode ser muito cansativo, não há espaço para refletir e não só. Também gosto da minha companhia, não andasse eu, muitas vezes, a viajar sozinha. Marla

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    1. É verdade, Marla, tu ainda vais mais longe :) Literal e simbolicamente :)

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