Estava no outro dia a pensar que há pessoas que têm uma capacidade incrível de se auto-promoverem. Vendem facilmente as suas ideias, o seu ego e sei lá mais o quê, mesmo se não há nada de realmente visionário ou surpreendente, mas elas são mestras na propaganda de si próprias, e, posto isto, dei por mim a pensar que tenho muito a aprender com elas. A reserva, que desde sempre me acompanhou em muitos domínios e que se tem acentuado com o tempo, é inimiga do sucesso, do reconhecimentos dos outros. Pareceria que não, que quem tem valor acaba sempre por ser recompensado, mas não,olha que não, como diria o outro, isto sem marketing não vai lá, as pessoas não vão ler-nos ou ouvir-nos ou convidar-nos ou promover-nos e etc e tal senão nos pusermos em bicos de pés a dizer hei olha para mim sei fazer isto sou bom naquilo e outros do género. A mim irrita-me fazer publicidade de mim mesma, é contra a minha natureza, não sei fazê-lo. Mas este mundo é voraz e a competição é jogada para valer e a doer por muita gente, portanto temos de arranjar estratégias de sobrevivência e se quisermos algum merecido destaque há que auto-promovermo-nos. Davam-me jeito umas lições de marketing pessoal., seguramente, partindo do princípio de que queria mesmo aprender, esquecendo um pouco o meu carácter ingénuo, despreocupado e sem jeito para vendas.
julho 24, 2010
julho 14, 2010
O Leitor
Não vou falar de si...:) Mas do filme que finalmente consegui ver. Aluguei-o e toca de o ver pela noite dentro. Valeu a pena. Trata-se de um filme um pouco para o triste é certo, com uma carga dramática forte e um densidade psicológica assinalável, esta bem ao meu estilo. No fundo é uma história de amor muito invulgar, embora eu considere que quem mais amou foi o "miúdo"... A personagem da Hanna Schmitz, brilhantemente interpretada pela belíssima Kate Winslet é difícil, queremos gostar dela, até porque a literatura que aprecia sempre esteve ligada à sensibilidade, mas ela raramente mostra algum pingo de humanidade. Na cena do reencontro final, muitos anos mais tarde, Michael espera que ela se tenha redimido, que mostre humanismo de alguma forma, mas há ali uma frieza, uma incapacidade de sentir os afectos... Então porque se envolveu Hanna com o miúdo? Lembro-me de ter pensado em solidão, em brutal solidão quando ela desnuda o seu corpo e seduz pela primeira vez o miúdo... É um filme em que a verdade está quase sempre escondida, as razões de Hanna permanecem misteriosas como o seu passado. E fora do comum a cena em que, por orgulho, vergonha, prefere ser condenada a admitir que não sabe ler... Um filme perturbante porque diferente, inesperado, surpreendente e, sim, melancólico.
julho 03, 2010
A silly season
Entrou-se na silly season. Assinala-se este facto em revistas cor-de-rosa, falando-se do jet set e das suas deslocações rumo ao Algarve. Trata-se duma época em que se vai a banhos, em que se reunem familias em aldeias floridas, em que se fazem viagens mais ou menos interessantes. Isto para os mais afortunados...Para os que ficam por casa como eu, pelo contrário, o verão fica um pouco mais complicado- as praias portuguesas estão cheias e não há onde estacionar e os media demitem-se ainda mais da sua função cultural... De facto, tudo pára na TV, desde programas de informação a debates, desde bons programas recreativos a boas séries..., a bons filmes no cinema... e, desta forma, pára o cérebro também. O verão torna-se assim acéfalo - muito light, muito silly, para mim em demasia... Para quem durante o resto do ano não tem tempo para acompanhar a cultura e a informação, as férias seriam uma boa altura para fazer o catch up... mas a letargia colectiva de um país já em si pouco profícuo a nível da elevação mental mainstream era de esperar... mas ainda assim desespera.
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