Sou essencialmente solar. Não gosto de dias cinzentos, escuros, nada. Mas tolero-os se chover. A chuva traz-me o gosto pelo recolher, e daí calha imaginar, viajar de uma outra forma. Olha-se pela janela e vai-se.
Hoje choveu. Muito, a potes e cântaros. Nestes dias, lembro-me da Irlanda, onde nunca estive. Lembro-me de "A filha de Ryan" e de "Esta terra não é minha", filmes passados naquela Irlanda rural, chuvosa, húmida. Depois também me lembro de "Mau tempo no canal", nos Açores nemesianos. Nove ilhas igualmente debaixo de chuva e tempestades durante dias e dias, onde nunca estive. Depois lembro-me das estações das chuvas, dos trópicos africanos e das monções asiáticas, locais onde nunca estive. Depois sou capaz de me lembrar do romantismo das grandes cidades sob a chuva, pois mais belas são as cidades quando a chuva cai. E sou ainda capaz de me lembrar de histórias de tempestades, crimes e naufrágios. De amores à chuva e de solidões, dolorosas ou não. E, invariavelmente, lá vem à memória também uma música de eleição, uma música que me pôs e põe a chuva no coração, desde há anos. Mesmo que não chovam gatos e cães no vídeo, é para mim, uma música intemporal, uma história quase literária no meio do temporal. Algo trágica, sem o ser... Then the storm... believe the light in you.
Não gosto nada de chuva quando ando na rua, mas aprecio sentir o aconchego do lar quando chove lá fora. As ilhas atlânticas sempre foram muito abundantes em chuva e, consequentemente, dotadas de um verde luxuriante (algumas). Espero regressar à Irlanda e descobrir os Açores pela primeira vez. Em breve, quem sabe... :) Marla
ResponderEliminarQuem sabe, sim :) É bom termos lugares aonde queremos ir. :)
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