Nas escolas exigem-nos sucesso. Praticamente total. Disso depende a abertura de cursos, a criação ou perda de turmas, o assegurar ou não de postos de trabalho dos docentes. Deste sucesso depende, pois, a sobrevivência. Digam lá se o jogo não está viciado. Digam lá se podemos ser honestos intelectualmente face a uma espécie de ultimato. Ou passas ou morres. Digam lá como manter a fasquia da exigência e do rigor, sobretudo no que diz respeito ao conhecimento, nestas circunstâncias. Porque queremos sobreviver, tão somente. Exigem-nos, assim, piruetas, malabarismos, habilidades, talentos que não sabemos que temos. Porque há alunos que não querem aprender, que nada fazem, que esperam o diploma, que se dedicam apenas às componentes técnicas e ainda assim nem todos. Como promover o conhecimento, o saber e, sobretudo, a honestidade intelectual nas escolas? Quando os dados estão como estão e o jogo está perdido se não aceitarmos as suas regras sujas? Que tipo de gerações futuras e sociedade teremos sem uma base sólida de esforço, de trabalho e, relegado para segundo ou terceiro plano, de saber?
Trata-se de um dilema, daqueles que provocam revolta se quisermos jogo limpo. As metas são altas, muito altas tendo em conta os discentes que se estão nas tintas para o estudo. Mas o preço também é muito alto se não soubermos fazer milagres.
Quanto a mim, o caminho é sempre só um: não ceder ao facilitismo, não se deixar ir pelo caminho mais fácil e mais cómodo. Haverá sempre alunos, muitos alunos, que não querem aprender rigorosamente nada. Se conseguirmos ensinar um, interessá-lo, fazê-lo gostar de aprender, já valeu a pena...:)
ResponderEliminarBom trabalho!
beijinho
Isabel Mouzinho
Concordo, Isabel, e tem sido essa a minha filosofia no ensino. Acontece que atualmente nos são exigidos números, estatísticas. E escolas profissionais, públicas, não agrupadas são apertadas e avaliadas em função do sucesso. A questão é mesmo de sobrevivência. Por um lado, então, como premiar o demérito, poder cair no facilitismo, por outro como deixar a escola definhar? Porque perdem-se postos de trabalho e é toda uma aposta de anos - e esforço- que terá sido em vão. Triste, de facto.
ResponderEliminarRetribuo os votos e o beijinho* :)
Pois, o jogo está completamente viciado, sobretudo por estes lados! O meu sucesso, ou melhor, o meu sustento depende do número de alunos que tenho. Ainda por cima, o meu horário foi reduzido, mas eu continuo a fazer horário completo. Sacrifícios e ossos do ofício... Por onde andas tu, qualidade de vida? Marla
ResponderEliminarÉ o que está - trabalha-se para os números e não para a qualidade, Marla.
ResponderEliminarEstá visto que a vida é um jogo em que a maioria perde para a minoria.
ResponderEliminar:)
Quem não sabe jogar, jrd, está tramado:)
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