outubro 13, 2012

Ponto de viragem

A questão é conquistar aquilo que lhes foi negado e arriscar aquilo que conquistaram.

Esta é a frase - e conclusão - final de um excelente programa que vi no canal Nat Geo Wild sobre Cuba. Se há programas que nos fazem aprender, viajar e enriquecer, este foi seguramente um deles. Realizado com extrema sensibilidade, contando alguns aspetos da história recente da ilha mas sobretudo focando as dificuldades do povo cubano mas também as suas vitórias, este foi um programa que mostrou as potencialidades futuras da nação castrista e também as suas limitações presentes. Estas decorrem de opções políticas e de um regime que isolou os seus habitantes, evidentes através da degradação geral dos edifícios, da má qualidade da mancha urbana e da inexistência de infraestruturas a vários níveis. Também o isolamento - fruto de outro fator, um aniquilador embargo que dura há anos - a que chegou a ilha caribenha se sente a nível dos consumos básicos, desde comida, produtos de higiene e outros. E, claro, depois a abertura ao turismo como solução para o socialismo cubano, criando paraísos para estrangeiros e fazendo os nativos entrever um pouco do estilo de vida de paragens mais consumistas. Por outro lado, a educação e a saúde são  acessíveis e gratuitas para todo o povo.  Há ainda uma simplicidade geral, nos gostos e nos divertimentos, quase uma ingenuidade que toca, comove. Pureza geográfica e humana. Portanto, se Cuba se virar cada vez mais para o estilo de vida ocidental, nos desejos e no novo-riquismo que vai surgindo em algumas camadas da população (rendimentos vindos da família no estrangeiro), pode muito bem vir a fazer parte da (des)ordem mundial, com os bens de consumo a palpitarem. Resta saber então se o estado - e a nação - conseguirá aguentar triunfos que a revolução também trouxe.

5 comentários:

  1. que aguente ao menos até eu ter dinheiro p lá ir! ;)
    Sagi

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  2. Excelente comentário para quem não conhece a ilha in loco! ;) bjs Marla

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  3. Sagi,
    apressa-te, pois uma nova "revolução" aproxima-se. Enquanto o Fidel não bater as botas, ninguém ousará enfrentá-lo. Mas quando esse dia chegar, e não tardará (ele caminha para os 90 anos), tudo poderá mudar. Quando lá estive, por exemplo, tive um vislumbre do consumismo ocidental: muitas pessoas a usar telemóvel. Marla

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  4. A Revolucao cubana marcou uma época. Esperemos que consiga eliminar o que de mau lhe foi acontecendo e conservar o enorme progresso que que conseguiu alcancar.

    Abraco

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  5. Sara - como eu te compreendo, o desejo de visitar um país, mal ou bem, único.

    Marla - é verdade, não estive lá mas vontade não faltou nem falta:)

    jrd - esperemos, é isso mesmo.

    Resto de bom domingo para todos*

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