outubro 27, 2012

Transições



De repente, hoje lembrei-me que os períodos de transição não podem ser senão complexos, confusos, arriscados e cravados de incertezas. O que constitui um álibi muito bom para quem não defende a mudança. Seja em que área for e a propósito do que quer que seja, são períodos que não tranquilizam e não asseguram necessariamente uma melhoria. Mas o que é facto é que a podem trazer. Posto isto, continuaremos alguns a querer conservar o que tínhamos, por receio de virmos a ter algo pior. E continuaremos outros a desejar e a realizar a mudança, convencidos, porque esperançados, de que teremos melhor. E desta forma, ganha-se e perde-se, algumas vezes, inúmeras vezes. Não podemos é classificar, adivinhando, o estado final pela transição que acompanha o processo. A transição agita, erra, questiona, avança e recua, inquieta, assusta. Porque também, e no seu melhor, renova, transfigura, repensa, faz evoluir. Aguentando-a apenas ou até usufruindo dela, mas não esperando que seja idealmente perfeita. Não julgar, pois, o aftermath pelo tumulto natural das transições.

4 comentários:

  1. O problema é que, por vezes, de tão lentas, as transições acabam por se anular e ninguém se sabe quando e como começaram e se algum dia vão terminar.
    :)

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  2. Também é verdade, jrd. Quando escrevi, não abordei esse aspeto, o da desejável celeridade ou não. Mas faz todo o sentido. Lentas, perdem(os) o sentido.

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  3. A transição pode trazer coisas boas ou não, mas há sempre um sinal de esperança, se formos otimistas sobretudo. Por mais que lamentemos as transições e mudanças na nossa vida, são momentos inevitáveis e podem trazem um grande crescimento / evolução. Resta-nos esperar que sim e que sejam céleres, claro! Marla

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  4. Não podia concordar mais, Marla. Muito bem dito.:)

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