Paul Newman em Hud (1963) |
Cresci a ver histórias do wild west. Houve uma galeria de heróis, ou melhor dizendo atores, que foram símbolo da mudança dos tempos, na maneira como Hollywood percecionou a figura do cowboy em confronto com o índio, também este sofrendo evolução no tratamento no cinema, fruto da alteração da nomenclatura e no consequente reconhecimento do habitante nativo americano na cultura dos Estados Unidos.
Desta forma, e não sendo uma estudiosa ou expert do cinema em nenhuma área, recordo os filmes em que os cowboys primeiro andavam aos tiros e exibiam a supremacia da sua cultura como justificação para a conquista de território, depois os filmes que passaram a mostrar um cowboy mais introspetivo e mais assolado por alguns demónios interiores, com o advento das décadas de 50 e 60 e do method acting já amadurecido, depois os spaghetti westerns, que nos deram uma visão árida, geográfica e mesmo politizada das lutas no velho oeste, depois os filmes em que o cowboy já está do lado dos "índios", compreendendo-lhes as angústias e respeitando profundamente as suas tradições e riqueza cultural, e depois o filme choque para alguns, ao que li na altura, em que o mito do cowboy tradicionalmente viril é posto em causa por uma orientação sexual diferente e sem inverdade.
Foram vários os momentos marcantes ao longo da história do vaqueiro na grande tela americana. De John Wayne e John Ford a Marlon Brando na realização de One-Eyed Jacks, de Once Upon a Time in the West de Sergio Leone à recusa de Brando em receber o Óscar pelo Padrinho como protesto contra o tratamento do "índio americano" pelas fitas, de Danças com Lobos até a O Segredo de Brokeback Mountain, foram muitos os nomes, os títulos, as narrativas, as imagens icónicas, as deixas perenes, os fãs.
É o mais selvagem dos géneros, entre os mil que povoam o imaginário dos cinéfilos. Terá desaparecido de Hollywood, as pradarias transformaram-se em urbes, mas o western marcou gerações. A minha, a mim. Hud está, já agora, entre os meus favoritos.
Mesmo por lá já não se fazem homens assim! Qual príncipe encantado qual carapuça! ;)Também passei algum tempo frente ao ecrã a ver files de cowboys e adorava...já nem me lembrava se não fosse o teu post!
ResponderEliminar:) Eram tardadas em frente ao pequeno écrã a ver histórias do grande écrã. Tantos títulos, meu deus... Os Inadaptados, Red River, Rio Sem Regresso, Imperdoável, A Desaparecida, Duelo ao Sol, até O Gigante... sei lá, perdi a conta...Que saudades!:)
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