abril 29, 2012

Em que estás a pensar?



Se há frase a que não gosto de responder é esta. Aliás, é pergunta que não gosto que me façam offline. Sou comunicativa e positiva mas é habitual ausentar-me em pensamento, desde miúda, e até sei porquê. Não interessa para aqui a razão mas o que interessa é que essas ausências não são significativas, nem são exclusividade minha. Tentar adivinhar o que elas escondem ou, pior, se elas simbolizam algo de negativo é que me tira do sério. Vejo, repito, que outros o fazem. E entendo-os, entendo-as. Entendo-as como necessidades de momento, em que as pessoas incorrem em pequenas viagens mentais que lhes são benéficas, ora porque recarregam energias necessárias ora porque se fomentam momentos de criatividade só delas e que mais tarde serão postos em prática, a seu tempo e no local apropriado. Ou porque se organizam ideias e se criam equilíbrios interiores, ambos fundamentais.
Um querido conhecido dizia, precisamente no FB, que esta será a frase que as mulheres mais fazem aos homens. Será? Eu disse que não, que não a fazia, pela simples razão de detestar jogos de adivinhação, ainda por cima de pensamentos, ainda por cima quando não suporto que o façam em relação a mim mesma. Que veleidade a nossa, a de querermos tudo saber acerca dos outros, de tudo querer controlar, até um momento de silêncio que surge. A não ser que se trate de um silêncio invulgar, atípico, melancólico que nos comece a preocupar. Aí saltará a pergunta, sem dramas - O que é que se passa? O que tens? - ou algo parecido.
What´s on your mind? Tudo e nada. Mas deixem-nos ser nós a dizê-lo. A partilha é uma coisa boa, muito boa, se nos faz feliz e se não se tornar devassa. Para isso não acontecer há salvaguardas que fazemos. Entre as quais há um espaço privado que é o pensamento e o silêncio (a não ser continuado, doentio, claro.) Façam o favor de entenderem, pessoas curiosas e/ou que acham tudo problemático e indicativo de aflições. Enjoy the silence, confiem mais nos outros, não queiram adivinhar tudo. Que pessimista canseira essa.

12 comentários:

  1. Como eu te entendo! Foi escrito para mim? Que necessidade essa que eu também tenho de me ausentar, nem que seja por breves instantes!Acontece-me com muita frequência e a maior parte das vezes não controlo! Simplesmente acontece.
    Será que estes silêncios incomodam assim tanto?

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  2. Entendemo-nos, então:) Viva os escapes em silêncio que não têm significados obscuros nenhuns:) Bj

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  3. Que pelo menos os silêncios possam ser só nossos. Já que no resto somos permanentemente invadidos e violentados. A mim não me incomoda nada o silêncio. Acho mesmo que quando o silêncio é aceite entre as pessoas, sem cobranças, é porque de intimidade se trata entre elas. Andreia Silva

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  4. Obrigada, Andreia, pelo excelente comentário. A frase final é uma absoluta verdade. Beijinho

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  5. E logo eu que estou sempre, sempre a pensar em alguma coisa! Na verdade, o melhor é não me perguntarem porque, como sou muito honesta, era mesmo capaz de dizer a verdade... ;) Sagi

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  6. Não te perguntei nem perguntarei :) ;)

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  7. Bem, se já nem em pensamento podemos viajar!!! :D

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  8. :) É, nem assim nos podemos evadir... Era o que faltava:)

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  9. Adoro ,tal como tu,essas escapadas,em que nos aproximamos da nossa essência,esse espaço e tempo que nos pertencem e a que ninguém tem livre acesso, a não ser que o permitamos... Detesto quem invade,quem sugere (ainda que sem qualquer pedido prévio), quem acha, quem quer saber, quem não quer saber,quem se julga no direito e que permanentemente esquece o dever...Quem não respeita... Gosto de ti,amigona! beijinho Nené

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  10. :) Pois, a privacidade é um direito:) Bjs

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  11. Pode ser uma pergunta besta! Já partilhamos tanto, o que é ótimo, mas o pensamento só a mim me pertence: é MEU! Esta semana, li o seguinte post: "Se não entendes o meu silêncio, como poderás entender as minhas palavras". Marla

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  12. Ah, Marla... muito bom. Está tudo dito...mesmo sem se dizer. :) Obrigada.

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