março 29, 2012

Those who are about to survive salute you

Hoje de manhã, por momentos, tive uma breve queda de crença na condição humana. Acontece, e de manhã não consigo ser a melhor das pessoas. Sobretudo antes de sair de casa. Não sou nada fácil de aturar de manhã em casa, antes de sentir o ar de fora a invadir-me cada veia que não corre fluída se não respirar o sol e a luz do dia. Já tinha dito que vivo à espera do horário de verão? Que os dias longos e luminosos me dão uma energia positiva e um aspeto bem melhor? Pois, cá fica o registo. Mas dizia então que antes de me revigorar through nature, estava muito descrente no lado bom das pessoas. De uma assentada, apercebera-me de como a desorganização física e mental, camuflada atrás de certezas e de ideias, não se coadunam com a minha ordem natural interior, talvez a minha camuflada com o exótico exterior, de sorrisos e risos a indumentária pouco abonatória da ideia clássica de professora séria e competente. De como essa proliferação de ideias soltas sem concretização esbarram contra a minha profícua porque eficaz ausência de planos a toda a hora. Gosto, até, de falar pouco dos planos, muito pouco. Gosto, na verdade, de fazer. Muito mais do que falar. Não gosto de teorias, gosto de prática, sem tirar nem pôr. Em frente. 
Estava eu nestas andanças de reflexões matinais sobre aquilo que é tolerável e aquilo que se torna insuportável quando temos de conviver com isso quando tento aceder a um blogue de que gostava muito e onde fui sempre correta e até elogiosa - porque de outra forma não poderia ser. Vi que me tinha sido negado o acesso. Não sabia que havia blogues onde só entra quem se convida, não percebo nada de blogosfera, embora depois tenha rapidamente concluído que realmente há sítios/sites onde não pode entrar toda a gente e que na casa de cada um manda quem é dono, precisamente.  Porquê a deceção, então? Porque me confrontei com o facto da minha cotação ( a existir alguma, na verdade) estar mesmo por baixo. Não sei se será do acordo ortográfico, que me vou atrevendo a seguir, aqui - com deslizes, eu sei, aquilo custa, tenho que rever outra vez e outra vez - ou se será de outra coisa qualquer que tenha feito aqui nesta casa (que é minha, já agora) que me tenha descredibilizado junto de quem eu tinha em tão boa conta. Mas, pronto, já passou. Foi uma desilusão de pouca dura.
Recompus-me com um belo almoço fora e umas compras antes dos afazeres finais de final de período, com uma viagem ao volante de dez minutos pelo meio dos pinhais, com o calor a estalar nos braços descobertos, com um incrível cheiro a verão em março, uma temperatura quente que só me refresca e revigora, uma tarde que nunca mais acaba e que me deixa dar voltas e voltas e uma paragem letiva que presenteia quem por ela ansiava, assim tipo não tenho que preparar papelada para amanhã cedo. Há vida para além das pessoas que não nos deixam felizes. Há as outras que sim e um infinito número de coisas boas, mesmo boas, que nos alimentam quando a fome por alegria e calor aperta.  Para já, estou saciada.

8 comentários:

  1. Há que manter o equilíbrio, mesmo que nos empurrem...
    :)

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  2. Ora nem mais. Trapezismo do melhor::))

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  3. As pessoas que não contribuem para a nossa felicidade não contam. Só as outras contam. E a vida é mesmo assim, feita de alegrias e desencantos / desilusões. Marla

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  4. É verdade, é bem verdade. Aliás tal verdade já me inspirou para um outro texto:), escrito para já só na cabeça. Beijinhos, Marla.

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  5. Oh, Fatinha, tenho que te dar umas lições de Blogosfera - I'm a specialist, besides special- mas olha que quem te bloqueou, só pode ter é inveja do teu talento. Se calhar a tua luz, ofuscava. O que vem de baixo, não nos atinge (a não ser que seja um míssil terra-ar e nos encontremos num avião)!
    Sagi

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  6. Falas com o coração de amiga, amiga:) Sou insignificante no blogomundo, essa é a verdade:) - embora não sejam nada insignificantes as pessoas que gentil e fielmente aqui passam. Beijinho

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  7. Amiga, concordo com um comentário anterior. Só pode ser inveja...
    Ainda mais agora, que escreves por esse mundo fora... :)
    Que estes pequenos incidentes, nunca perturbem essa escrita fantástica que tanto nos apraz.
    Beijinhos grandes

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  8. :) Obrigada, Ana, mas não vejo assim. Vejo uma decisão de só querer um círculo privado onde não cabem não amigos e nomes não sonantes na blogosfera. Esta custa muito a desbravar,a caminhada é vagarosa para "novatos" e temos de saber perceber a nossa pequenez no meio dos gigantes. Ah, pois!:) Beijinhos a dobrar

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