Geralmente não abordo a questão do ensino, a não ser através de relatos que dão conta de situações que ilustram em que estado encontramos alunos que pouco ou nada querem saber de escola, ou que mesmo querendo noutras áreas, revelam muita falta de conhecimentos naquelas que trabalho. De forma humorística, anedótica, ou crítica, cá vão desfilando retalhos da vida de um docente. Também se assinalarão casos de sucesso de que venha a ter conhecimento, porque também os há, e ainda cabem neste espaço impressões sobre tudo e quase nada à medida que me apetecer registá-las aqui. Como então será o caso agora, referindo o assunto da avaliação de professores.
Fá-lo-ei de forma breve, centrando-me num ponto apenas, e a propósito da saída das avaliações dos docentes. Não irei dizer nada de novo mas reforçam-se os argumentos de que tal medida política merece toda a controvérsia que causou. Aliás parece-me não ter causado controvérsia suficiente, porque a verdade é que ela foi implementada e continua. Para isso terá contribuído a posição da opinião pública em geral, que nada percebe de ensino mas quer à força perceber, dando bitaites do género os professores não querem ser avaliados. Pois não, caríssimos. Assim, realmente não. Explica-se já antes de me acusarem de ter medo de não sei o quê. Pois medo não tenho e nem sequer falarei pelo meu caso em particular, de todo.
A verdade é que é totalmente falso o mérito estar a ser reconhecido ou premiado. Pode, nalguns casos, mas não certamente em todos. Uma farsa, portanto. Porque um professor que tenha pedido aulas assistidas e que seja excelente nessa vertente pedagógica e nas outras 86896 fora da sala de aula, e que seja excelente, repito, não o consegue porque não há quotas suficientes. Então merece o excelente, é-lhe dito claramente, mas depois na prática não o recebe. Para onde foi o mérito, assim num abrir e fechar de olhos? Escondeu-se envergonhado, pois afinal andou a trabalhar por carolice tonta, ou foi arrumado numa gaveta até nascerem dias mais justos?
Foram escritas e discutidas muitas questões na altura da polémica avaliação. Foi muita coisa esclarecida, já se sabe o que ia significar, sabe-se o que significa. Já dormimos sobre isto, alas da sociedade estarão satisfeitas com o facto dos professores serem testados, não importa como desde que sejam, até nós começamos a jogar, por brio ou necessidade, sob pena de perdermos quer uma espécie de motivação forçada quer a progressão. E se há professores excelentes. Se há. Que dão o litro, que deixam de ter vida própria em alturas que os outros, os que os criticam, teem, que trabalham por gosto e/ou por sentido de responsabilidade no meio de todos os tipos de cortes possíveis e imaginários que fazem desta profissão praticamente uma missão, uma luta diária, desgastante, não reconhecida exteriormente, solitária e inglória, muitas vezes.
E depois não consegue o excelente porque eram 6 e só havia 2. 4 mereciam e 2 não foram. Raio de lógica. E, sobretudo, de brutal injustiça. Que quem está fora, não vê. Nem quer ver, claro. É muito mais fácil apontar o dedo e descarregar as frustrações para cima dos outros do que acreditar nas verdades deles. Quanto a ti, minha querida colega, não tens excelente, mas és excelente. Ao menos que te sirva para alguma coisa saber isso. Não sei bem o quê, até porque já sabias, certamente, eu sabia, mas isto não dá para mais. É que tu sabes o que fazes mas eles, políticos e juízes amadores, não. Eles não sabem, já o dizias, Sophia, eles não sabem o que fazem. Ou ... sabem?
"Eles não sabem o que fazem" é discutível, como dás a entender. O filho de Sophia e outros ditos intelectuais sabem muito bem o que andaram a dizer da nossa classe. Em todas as áreas, há bons e maus profissionais. É extremamente injusto maltratar os professores, sabendo que não somos iguais. A polémica avaliação não reconhece o mérito de muitos, já se sabe... Malditas quotas!
ResponderEliminarHá pouco tempo, começou a aparecer o nome, agora já não? It's me, Marla
ResponderEliminarUm poste de excelência...
ResponderEliminarbfs
Sim, Marla, e este é apenas um dos aspetos que evidencia a injustiça e o logro que é esta avaliação.
ResponderEliminarObrigada, jrd, pela sua fiel atenção. Igualmente:):)
Totally... trust me, I know... :s
ResponderEliminarSara
I know you do:)
ResponderEliminarPor esse gesto sincero de amizade tão ardilosamente exposto no teu blogue um beijo muito grande de agradecimento.
ResponderEliminarSem mais dúvidas o Óscar vai para ti, amiga.
Beijinho grande, anónima com nome e rosto do meu coração:)
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