março 12, 2012

Quem vê géneros não vê corações

Penso que o meu anterior post poderá ter sido considerado por alguns, não sei, imagino, pouco simpático para as mulheres. Sou mulher e gosto de sê-lo, e o mesmo aconteceria se fosse homem. Gosto da condição mulher e acho que são, somos dignas de admiração mas isso não quer dizer que tenha de gostar do caráter de todas - e o mesmo se aplica ao sexo masculino. Senti que, eventualmente, podia não me ter explicado bem ou ter sido demasiado assertiva quando falei, assim, de forma diga-se pelo menos direta, em mulheres chatas. Ora bem, depois de um episódio matinal de absoluto incivismo e má educação vindos de uma representante do sexo feminino, retiro este receio e repito que as há bem execráveis. O mesmo se pode dizer dos elementos masculinos que, igualmente, não primam pelas boas maneiras nem valores cívicos e outros. Há espantosas mulheres e mulheres mais comuns e são essas de que gostamos. Há depois as megeras que realmente não nos agradam, independentemente então do sexo, idade, nacionalidade, religião, filiação partidária. Há pessoas e pessoas, e é tudo. Na verdade, não se entende porque é que temos de gostar de todos os portugueses porque somos portugueses, de todos os europeus porque somos europeus, de todos os professores porque somos professores, de todas as mães porque somos mães, de todas as mulheres porque o somos também. Apreciar, reconhecer e valorizar a condição não é o mesmo que admirar o caráter. Porque, dessa maneira, trata-se de uma estranha forma de discriminação ao contrário. É qualquer coisa como todas as pessoas de cor americanas terem de votar Obama. E outros exemplos que poderiam ser dados. Na realidade, géneros e raças não veem corações. E os variados chatos do globo existem para arreliar, entre os quais as megeras (porque me apetece dizer isto com um toquezinho do expressivo português do Brasil) que infernizam, no emprego e fora dele. Condição sim, caráter sim e, outras vezes, não.

4 comentários:

  1. Chegamos a uma altura em que, definitivamente a idade e a maturidade são um posto. E finalmente percebemos que, já não somos obrigados a fazer o frete de ocupar o nosso precioso tempo a lanchar com alguém que não é realmente importante e não temos de "bater nas costas" de todos, só porque sim!
    Concordo contigo, mais uma vez...
    Bjs

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  2. Retribuo o seu comentário pertinente no Forte Apache com um texto que escrevi sobre as mulheres no meu blogue nativo:

    http://odiplomata.blogs.sapo.pt/373015.html

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  3. Não serão todas, mas, como diz Aragon, "a Mulher é o futuro do Homem" e, acrescento eu, será também o seu próprio futuro.
    :)

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  4. É um texto duro - o anterior é mais:) - sobre as relações entre mulheres e o facto de haver delas que, a nível do caráter, não me merecem admiração. (O mesmo para muitos homens, pois com certeza.) Admiráveis do ponto de vista da luta diária, do papel social, etc, etc mas com as quais não me identifico. Condição e sexo não é garantia de bom caráter, apenas isso.

    Obrigada Ana, tu és mulher e gosto (muito) de ti!:)

    Alex, já estive no seu blogue e comentei. Adorei o texto e espero que perceba este e o anterior:) Obrigada pela visita!

    Jrd, pois, tem toda a razão:) Não haja dúvidas disso, espero que me tenha percebido, penso que sim. Só quis dizer que as mulheres podem ser algo cruéis e competitivas umas com as outras, e isso não é dizer mentira. Já sabemos que somos fantásticas porque fazemos mil e uma coisas por dia mas não gosto de escrever o óbvio, não sempre.:) Portentosas todas nas tarefas e na luta, diferentes na alma e na cabeça.

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