Os olhos azuis de Yonta, que ainda não vira.
Pós independência. África já livre, pobre, pois não se trata de África?, resgatada do passado mas ainda sem o futuro que quereria.
Presente a desligar-se dos ideais, surgem os negócios e as negociatas.
Inocência de costumes, liberdades ainda muito coletivas.
A moça star de Bissau, vaidosa, a querer viver a moda e o romance.
E Amilcarzinho, maradona de bola na mão, que diz à irmã: sabes que tenho de treinar todos os dias. Quero ir para Portugal jogar.
Como renegar o sonho de uma criança? Como desejar que não venha?
Alguém de longe sonhar com o meu país alegra-me, enche-me de jubilante orgulho.
Como fechar as portas a quem vem? Como dizer vão embora, não pertencem cá?
Como desprezar quem sonha, terna e inocentemente, com o meu país?
Como, afinal, cortar as asas ao sonho?
Nem era a questão central do filme, mas tornou-se na deixa que não esquecerei.
...é essa tua capacidade de descobrir novos leitmotifs, ou de tornar primordiais todos os sucedâneos...
ResponderEliminarjoao de miranda m.
:) Oh jmm, tranquiliza-me, por favor: isso será bom ou mau? :) :) Capacidade ou infelicidade? lol
ResponderEliminar