Não é que conheça toda a sua filmografia, de todo. Mas nos filmes que vi ficou um rosto irlandês que me persegue, voluntaria e conscientemente, para qualquer obra de ficção com pano de fundo da ilha esmeralda. Gravou-se-me, assim, como o herói literário por excelência, credibilizando no preto e branco destas imagens a paisagem irlandesa - o verde, a terra, a chuva, o frio e o vento -, a insularidade, a solidão das almas, até a tragédia. Os Mortos ficar-lhe-ia tão bem...
Trata-se de uma figura na tela em tudo oposta ao frenético citadino dos tempos modernos, pelo menos da forma como eu o tenho eternizado. A paixão irlandesa... Mas consigo ir um bocadinho mais longe, ali ao lado. Poderia vê-lo em Jane Austen e em Emily Bronte, em histórias de verdes campos e chuva miudinha, em amores trágicos e fora desta época.
Mais velho, bastante mais, com um nome que é o mais bonito dos nomes, especialmente se dito em inglês, Gabriel Byrne faz parte da galeria dos belos heróis românticos que me evocam poesia e teatro, cravado de espiritual charme e fulgurante alma.
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