A maior parte das pessoas tem um certo pudor - como se fosse pecado ou algo do género - em admitir que trabalha para ganhar dinheiro. E a maior parte das pessoas trabalha para ganhar dinheiro. Está bem, há a paixão por aquilo que se faz, a satisfação profissional, a realização pessoal, o desafio ao talento, o sentimento de ser útil, a vaidade e brio de cada um, a socialização saudável, a ideia de contribuir para a sociedade e para a evolução do mundo, uma panóplia de justificações, válidas e verdadeiras, que servem para cada um de nós, se não todas, uma ou algumas. Mas tirem-nos os salários, as remunerações, o ganha pão, o vil papel e veremos quem se mantém na fileira do emprego. Deixemo-nos de historietas. Trabalhar para aquecer é apanágio ou de mentirosos ou daqueles que realmente não precisam de dinheiro algum.
Não entendo o porquê do pudor. Eu até acho que há muitas pessoas que nem gostam do seu trabalho, mas não querem admitir. É dar parte de fracos, pensarão... Por vezes, não estarão a fazer o que mais gostam ou não gostam do chefe ou do ambiente no local de trabalho.... Há muitos factores que condicionam o gostar-se ou não do que se faz. Mas, é óbvio que todos trabalhamos porque precisamos de sobreviver! Ninguém trabalha por puro prazer! Mas também não me via sem trabalhar ou sem estar ocupada (mas isto é outra história). Conheço a realidade de estar desempregada /desocupada e é, no mínimo, uma experiência traumatizante. O trabalho ocupa a nossa mente e também nos faz felizes (tem dias, claro)! Marla
ResponderEliminarEstar desempregado não é o mesmo que não trabalhar e não precisar, não mesmo. :) Há muita gente feliz e ocupada que não tem um emprego. E estar desempregado é traumatizante - e de que maneira - porque não se pode subsistir. Essa é que é a questão que desespera.
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