Não sou, francamente, muito adepta da guerra dos sexos e de perspetivar o caráter dos indivíduos através desta tipologia. Muito menos de comprar guerras na blogosfera (nem em lado nenhum); quando tenho uma opinião muito, muito diferente, muitas vezes abstenho-me de comentar, por opção, ou poderei comentar mas dentro dos limites do bom senso e da moderação do tom. Embora seja direta e aprecie a verdade, sou adepta do uso da inteligência emocional, aquela que tem em conta vários fatores que vão para além do que dizer o que se pensa incondicionalmente. E adepta do humor, também. E é com alguma graça e não como qualquer tentativa de ataque (livra, gosto tanto de paz e sossego) que escrevo este post.
Reparei e reparo que os blogues intimistas (que aprecio), onde são expressas queixas e vulnerabilidades, não pertencem a homens. Escrevem eles geralmente sobre política, atualidade, futebol, sociedade mas nunca sobre eles mesmos. É pena. Pessoalmente gostaria de ler sobre o que lhes vai na alma, pois não acredito que não se passe lá nada. Até porque em conversa com alguns, sei que também sentem desmotivações e angústias, daquelas que não são sociais, embora poucos o consigam expressar. Ora, porque será? Donde lhes vem esta incapacidade - ou inibição - em falar o que lhes vai lá dentro? Será que, à semelhança das mulheres com as questões da imagem e dos talentos de fada do lar, também lhes são exigidas posturas e atitudes, sendo que as mesmas nunca podem mostrar fraqueza? Ou até sensibilidade? Sendo que a fraqueza é um epíteto falso - revela força quem consegue admitir uma dificuldade. E isto vale para os dois sexos.
Realmente, se assim for, se nada dizem do que sentem, se nada dizem das suas preocupações individuais, se nada dizem acerca do que faz parte de si e do seu mundo interior, mantém-se a ideia de que são menos problemáticos - quando não serão -, menos preocupados - serão? -, menos complexos. Porque a ausência de exposição dos seus sentimentos (e não das suas opiniões e ideias) faz parecer que a tudo são imunes, se nos circunscrevemos aos problemas e sensações menos positivas - (des)amores, cansaço, melancolia, rotina, stress, trabalho, solidão e outros. Apreciando a coragem e a força, nas pessoas e não somente neles, também aprecio a confissão de estados de espírito menos eufóricos ou triunfantes. Porque existem.
Desta forma, agradeço que me indiquem blogues masculinos em que haja mais do que um universo de opinião e crítica. Não desvalorizando estes, de todo, por vezes apetece-me ler coisas mais intimistas online. Há-as, poucas, ao que sei, e esporadicamente, e como aprecio lê-las. Porque isso aproxima-nos, a nós, mulheres, e a eles, homens. Uma proximidade que vai para além do que é cultural e socialmente expetável e cultivado. Porque os homens também choram. Ou será que não?
Sim, tens razão,os homens e as mulheres são diferentes em muitos aspetos e esse é um deles. Os homens têm mais dificuldade em se expor, talvez por lhe ter sido sempre exigida uma atitude de força ou insensibilidade, pelo menos nas aparências.
ResponderEliminarAcho que há um ou dois blogues masculinos que apreciarias, nesse aspeto. Vou mandar-te os links.
Beijinhos.
Fico à espera, Teresa :) Para algo diferente :)
EliminarGrande bj
Fátima, embora cada vez escreva menos - mas por outras razões -, indico o meu próprio. Raramente escrevo sobre política, futebol, etc. Nunca reparou...? :) Bjs
ResponderEliminarReparei, Paulo, reparei..., como não? :) Nem duvide! :) Pena que não escreva mais mas compreendo, aliás até me preocupo, na verdade. Espero que tudo vá pelo melhor,consigo...
EliminarUm grande beijinho *
Também conheço um ou dois, ou três, mas acho que a Faty também os conhece. Quanto à sua pergunta retórica do final, eu diria que também não há paciência para "choramingas", aqueles que por tudo e por nada têm "uma lágrima no canto do olho". E, no entanto, nada de mais sexy nem enternecedor que um homem sensível e capaz de se comover. Na justa medida, claro. Não sei, mas a mim dá-me logo vontade de oferecer colinho. - eheh!
ResponderEliminarBeijinhos :))
Isabel
:) Este chorar do título e sobretudo do post é completamente diferente e absolutamente simbólico - bom, está tudo no texto. Aprecio, de vez em quando, um olhar intimista e auto-reflexivo, sempre.:)
EliminarPois eu gosto muito de falar de mim, mas geralmente prefiro o solilóquio.
ResponderEliminar:)
Está no seu direito:) mas olhe que até aposto que gostava de o ouvir "falar" :)
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