março 31, 2013

As portas da compreensão

Nunca vou compreender a razão de tanta confusão por se professarem religiões diferentes, sobretudo hoje em dia. Sobretudo as três monoteístas, que bebem de uma fonte comum, incrivelmente comum. Mas, mais uma vez, e ao ver a série americana de empreitada, como não fazia há anos, deduzo que o que tem movido os homens, e as mulheres, que não estão igualmente isentas nem de louros nem de culpas, tem sido desde sempre a terra, os territórios. E por causa dessa absoluta sede de conquista, que atravessou séculos e séculos, confundiu-se a religião como o elemento motivador ou perturbador. O credo, ou ausência dele, está lá, subjacente, mas como desculpa e instrumento para galvanizar posições e lutas em prol de um objetivo: o poder, tomando-o ou mantendo-o. Nos episódios tratados, ficou bem patente a luta por uma identidade, por uma nação, ou, melhor, por identidades que não querem definhar e nações que não querem perecer. Uma luta física, violenta, evangelizadora ou não, mas pouco ou nada espiritual. Por isso, quando se chega a Cristo, é uma paz que entra pela alma adentro porque não foi o rei que outros sempre clamaram ou ambicionaram ser, numa superior passagem cá por baixo que o torna único e o mais inspirador de todos. E que disse ainda que para todos a porta deve estar aberta. Com tudo o que isto significou no passado e ainda significa ou deveria significar no presente. Insisto que não compreendo a confusão, a nível coletivo e individual, entre as três grandes religiões que têm um só deus, e não compreendo que, ainda hoje, ao invés de se abrirem, se fechem todas as portas. Ou provavelmente compreendo, tendo em conta a história das mesmas, mas rejeito. Rejeito esse fechar de portas, nacional, regional ou pessoal. Porque não é o caminho. 



(Há mais umas coisitas para abordar, claro, mas fica para um próximo post.)

2 comentários:

  1. O caminho é claramente o da intercompreensão cultural e religiosa, para quem estiver disposto a se libertar de preconceitos, intolerâncias e ideias pré concebidas ... Marla

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    1. Claramente. Menos poder exterior (e coletivo) e mais espiritualidade dentro(individual).

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