Aqui há tempos li um interessante texto do Pedro Rolo Duarte sobre a imprensa dita cor-de-rosa. Dizia ele, no blogue que sigo quase numa base diária, que era daqueles que vai acompanhando estas publicações. Assim, sem complexos nem stresses, a confirmar que a verdade e a simplicidade são caraterísticas que lhe aprecio sobremaneira. Há dias li, através do blogue da Helena Sacadura Cabral, um texto noutro blogue em que a autora desancava, ainda que de uma forma algo humorística, algo repito, o teor das referidas revistas. Fiquei com a impressão de que ela, e tanta gente mais, despreza, desvaloriza e diminui, não apenas o teor dos artigos (que os há discutíveis e de mau gosto, sim) mas também os intervenientes, aqueles que são alvo de textos não consentidos e mesmo os que os consentem. Ou seja, nivela-se tudo da mesma forma.
Acontece que no meio de muita coisa fabricada, enganosa e desrespeitadora (quando não é consentido) encontra-se também verdades, confissões, partilhas (quando se consente, naturalmente). E não vejo porque é que as pessoas que expõem ou a sua sala ou um estado de alma têm de ser crucificadas por abrirem as portas e deixarem entrever um pouco das suas manias ou hábitos ou gostos ou desilusões. Não compreendo porque é que atores, modelos, empresários, escritores, cantores, artistas são menos válidos por fazerem uma capa. Ou porque é que a palavra celebridade acarreta um estigma de incompetência ou tolice. Pode ser que os haja assim e há, mas outros não o são e ainda por cima fazem aquilo que gostam - não é obrigatório ter uma profissão agarrada aos papéis, às contas, às leis, a um escritório e ser , muitas vezes, chata para se ter uma função. Esta pode ser social, cultural, pop até . Não simpatizo por aí além com modelos nem morro de amores por jogadores de futebol atualmente e admiro os médicos sem fronteiras e os cirurgiões mas ainda assim digo que os há bons e maus em todas elas.
Vai daí que aparecer numa revista não é necessariamente sinónimo de idiotice ou frivolidade. Há pessoas válidas e talentosas no meio de outras que não o são. Há entrevistas interessantes e maduras no meio de outras frívolas e sem interesse. Há curiosidades que valem a pena no meio de outras que não. Não vejo o porquê de alguns acharem que tudo é fútil, que todos são inúteis e que se é inteletualmente inferior por se ler este tipo de publicações. Há revistas que são melhores no meio de outras piores. Vai daí que nem sempre me fique pelas do cabeleireiro. De vez em quando estão algumas no sofá. Sim, descontrai-se com essas novidades. Não se é automaticamente estúpido, nem temos que ser herméticos e sensaborões para o não ser. Gosto do brilho, da cor dos artistas, do glamour, ainda que nem sempre isso me apeteça e ainda que seja cansativo e redutor alguém poder ser só isso. O que posso não apreciar é aparecerem no meio deles outros que nada disso têm. Mas tenho opção de escolha, posso escolher lê-los ou não. Sem preconceitos, sem stresses. Não falava eu em descontrair?...
Também me interesso por celebridades, mas não costumo comprar essas revistas. Uma das razões prende-se com o facto de eu desconhecer algumas/ muitas dessas ditas celebridades que andam à procura dos 15 minutos de fama, como disse o Warhol. Abundam os "moranguitos" e "big brothers" e os artigos com "interesting people" acabam por minguar... Em relação a aparecer numa revista, não censuro quem o faz. Se eu pudesse ganhar umas massas, porque não? De idiotas, eles não têm nada! Marla
ResponderEliminarCostumo apenas ficar-me pelas revistas que me proporciona a minha cabeleireira ...mas confesso que é um pequeno momento de relax que torna mais aprazível o tempo de espera.Faz parte do relax. Não me sinto mais idiota por isso. Não conheço grande parte dos intervenientes dessas revistas, mas alguns fazem vida disso. São os profissionais "socialights"! Gi
ResponderEliminarPois. No meio de muitas revistas há delas intragáveis e de qualidade duvidosa, outras são bem mais credíveis e prazeirentas. Mas o que tentei dizer é que no meio de muita coisa que não interessa há pessoas interessantes que aparecem e que se mostram um pouco e que é errado, do meu ponto de vista, condenar isso. Quantos de nós não acederíamos dar uma entrevista se para isso fossemos convidados? Não esquecer que isso também significa reconhecer-se o nosso trabalho ou algum tipo de destaque... As pequenas vaidades que existem dentro de nós - não ficamos nós satisfeitos se aparecemos no jornal - por boas razões, claro? É isso... Se há gente que está lá sem mérito especial há outros que o têm nas suas áreas. Pagam-lhes? Olha que bom, que pena não o fazerem a nós...:) Faty
ResponderEliminar