julho 29, 2013

Pessoal e transmissível

Marilyn Monroe por Lawrence Schiller

A linha entre o privado e o público é ténue e muitas vezes somos nós que a tornamos assim.  O Facebook, por exemplo, é um local de partilhas. Um pequeno grande mundo, até. Cada um usa-o à sua maneira. Posso estranhar que postem algumas coisas, desde fotos a pensamentos ou ambos, sobretudo quando significam uma grande trabalheira, ousam em aspetos mais intimos, naquilo que intimo significa para mim, ou manifestamente não me interessam para nada. Mas os outros também podem estranhar aquilo que eu publico também, considerando que também estou a expor algo que não devia, que não lhes interessa ou que condenam por alguma razão. Posto isto, tudo é criticável, de acordo com a nossa lente, relativamente àquilo que é interessante, relevante ou até próprio para publicação pública...ou parcialmente pública. Disto dependerá quem temos na nossa rede de amigos, se apenas estes ou conhecidos, ou até um mural aberto a todos.
Mas vejamos exemplos mais em concreto. Um casamento, e da mesma forma, um divórcio, um nascimento de um filho, uma festa numa discoteca, um aniversário festejado à grande, um reconhecimento profissional, e tantas outras coisas não são propriamente assuntos privados. Quer dizer, são pessoais, da esfera individual de cada um, mas não são segredos e mais tarde ou mais cedo, e quantas vezes na hora, são do conhecimento público, ainda que apenas local, dependendo do alcance da nossa própria reputação, familiar ou profissional, popularidade ou até fama. Se são do conhecimento público não estão fora da esfera pública. É natural que as pessoas partilhem essas informações, se bem que há tendência para focarmos os acontecimentos positivos, queremos aparecer na mó de cima, e já não o contrário, o que é normal, absolutamente normal. Queremos as nossas melhores fotos, parecer bem, enfim, a feirinha de vaidades que não devemos ver como anormal.  
Pessoalmente, há coisas que gosto de saber e só as sei pelo FB, são coisas boas ou naturais nos outros e como muitos, inclusivamente familiares, estão longe fisicamente, sempre acompanhamos as pequenas ou grandes felicidades de quem gostamos. Ou pelo menos de quem não desgostamos. Já me causa maior impressão, admito, quem critica mas não se expõe, ou melhor, quem tem perfil e está registado, nunca publica nada e anda por lá a ver os outros. Certo, se não queremos ser vistos, não nos mostremos. Está bem dito. Mas, aos outros, pergunto, se criticam porque lá andam? Uma boa pergunta para os voyeurs ou mirones, é só escolher o vocábulo, deste virtual mundo que também não deixa de ser real. 
Para concluir, tal como tudo, o Facebook é o que se faz dele. E a questão do público e do privado continuará a alimentar discussões. Há quem não se proteja minimamente, há quem critique sempre, há as duas coisas juntas, há vida para além do FB, há vida no FB. Faça como quiser, se possível, sendo feliz com isso. E se possível, é, não chateando os outros. Por causa disso ou de outras coisas mais. 

6 comentários:

  1. Na verdade improvável

    tudo é possível

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    1. Oh, Eufrázio, nem imagina como esta sua frase está, e infelizmente, na minha ordem do dia. E nada ver com o post, bom seria...

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  2. Concordo com o que escreves. As pessoas encarniçam-se contra o facebook, mas só publicamos o que queremos, só deixamos ver o que queremos a quem queremos. Os blogues são bem mais públicos!
    Beijinhos

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  3. É isso mesmo! O Facebook é o que fazemos dele. Criticado por muitos, sobretudo quem não o utiliza, eu compreendo e respeito. Mas dificilmente se encontram desvantagens ou consequências nefastas, se as pessoas souberem manter um certo grau de privacidade no que toca a certos aspetos da vida pessoal e profissional. Também já foi um espaço mais interessante, sendo que há posts que não interessam a ninguém, totalmente irrelevantes e aborrecidos e mais não digo. :) Bjs, Marla

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