De vez em quando aparecem nas revistas e nas redes sociais umas listas do género 10 passos para a felicidade e coisas parecidas. No outro dia apareceu uma que tinha para aí umas 23 coisas. Como não fazia muitas delas concluí que estava muito longe da felicidade. Mas, agora mais a sério, no meio de tanta coisa, há sempre um denominador comum - o parar de nos compararmos com os outros. Na verdade, este é um grande passo para a infelicidade, ou para um grau de insatisfação que pode raiar o doentio, no seu extremo, logicamente. Querendo ou não, de forma automática ou voluntária, acabamos sempre por espreitar para o lado para ver como pairam as coisas. E se as coisas correm bem, também queremos o mesmo para nós. Nada de mal, se de um ponto de vista da estimulação que é necessária à condução da nossa vida. Os outros fazem-nos andar, positivamente, inspiram-nos, exigem-nos. E nós respondemos e alcançamos muito ao mesmo tempo que nos valorizamos e seguimos adiante. Contudo, se olharmos para o lado sob o ângulo do despique (que existe, entre vizinhos, entre familiares, entre colegas) o resultado será o de um desgaste desnecessário e tolo. Porque inclusivamente o que vemos ao lado pode ser enganador. Se olharmos bem, atentamente, há sempre alguma coisa que falta. Que nós temos, ainda por cima. Obviamente que há quem pareça tudo ter, e até pode ter, momentaneamente, no seu tempo. Nós temos o nosso tempo e os outros o deles. É difícil, na sociedade da imagem em que vivemos, em que cada vez mais somos voyeurs uns dos outros, não desejarmos o mesmo bem estar, a mesma felicidade, a que se projeta, na realidade. É tarefa árdua resistir ao sucesso dos outros sem a comparação. Começamos a ver isso bem cedo, nas crianças (eu tenho e tu não tens, eu faço e tu não fazes, constante nos parques infantis) e os pais adotam os mesmos comportamentos. Ou ao contrário, muito provavelmente. Compararmo-nos aos outros, amiúde, dá cabo de nós. O que importará será desejar e alcançar o que quer que seja por nós mesmos, porque nos faz bem e porque nos é essencial, não porque vimos ou alguém nos faz crer que é o melhor. E não desesperarmos se as coisas tardam, comparativamente, lá está. Convém educarmo-nos para isto, convém-nos, convinha. Tudo seria mais simples. O sonho não deixa de comandar a vida mas é o nosso, não o de alguém que não nós. E logo se verá. Mas certamente que nos deixa um bocadinho mais próximos da satisfação e do contentamento com o que temos ou vamos tendo.
Essas listas podem ser / parecer "silly", mas por vezes lembram-nos de coisas simples que nos fazem felizes e das quais nos esquecemos constantemente. Resumindo e concluindo, penso que cada um é responsável pela sua felicidade. Marla
ResponderEliminarCoisas simples, isso é verdade. É importante apreciá-las.
Eliminar