E fazem as coisas de modo diferente lá.
O genérico, no início, demora mais ou menos 1 minuto e 20 segundos
(coisa impensável hoje em dia, onde até se omite no princípio, algo que me deixa desagradada e me faz ficar a ver o nome dos atores e pouco mais no fim, já que todos se levantam no cinema e já não consigo ver nem saber mais nada)
As pessoas - e os amantes - escreviam cartas
(coisa impensável hoje em dia, se formos para a abordagem amorosa escrita, podemos arrancar umas sms, até mesmo para nos descartarmos de um relacionamento)
A diferença de classes era notória
(coisa mais subtil hoje em dia, não vivemos em castas, é um facto, não há uma etiqueta a dizer povo, nobreza, clero. mas ainda assim rico atrai rico e pobre atrai pobre, ou canudo atrai canudo, o nome atrai nome e por aí fora)
Os filmes eram rústicos e românticos
(hoje são maioritariamente urbanos e violentos, thrillers, suspense, investigação criminal e forense, muito adn)
Não havia trailers, de todo ou como há hoje
(os atuais são muito vertiginosos, embora dependendo do tipo de filme, é certo. no fundo, não são os trailers que são maus, tecnicamente são bons, são os filmes que não são melhores)
Não é segredo para quem me conhece a este nível - e são poucos - que sou fã do cinema britânico, dos atores, realizadores, e da literatura britânica. Já o disse aqui, no meu seminário, último ano na universidade, o tema era esse - a adaptação de obras literárias ao cinema. Também sou fã de um certo classicismo, pois sou. E este título, O mensageiro, romance e filme, reúne um pouco isso tudo. Trata-se da história de um rapazinho que é feito mensageiro entre dois amantes, na tela Alan Bates e Julie Christie, de forma involuntária, e que, porque ele próprio se apaixona pela protagonista, sofre com o teor das cartas que vai clandestinamente lendo. Toda a intriga é marcada por aspetos de diferença social, o que acaba por levar à tragédia. O rapaz é inocente e, de certa forma, a época também. Ou pretendia-se manter falsamente essa inocência. No original, chama-se The Go-Between. Vale a pena e de que maneira revisitar algum passado, através das páginas de um romance ou no écrã. É um país diferente, realmente. É ir lá e ver.
(romance de L.P.Hartley, de cariz autobiográfico e lido há muitos anos, argumento do filme de Harold Pinter, dramaturgo, realizador, ator, música de Michel Legrand, realização de Joseph Losey)
Sim, o passado é bem diferente, mas os tempos são outros, mais citadinos, cosmopolitas, tecnológicos e muito distanciados de ambientes bucólicos. Também acho que anda muito adn nas séries (americanas) e que poderia haver mais variedade. Fugindo a esta temática, não sei se conheces, há uma série de excelente qualidade, "Downton Abbey" (britânica, pois claro)que retrata a vida de uma família aristocrática e dos seus criados no século XIX. É um ótimo exemplo do que se faz de bom nos dias que correm.
ResponderEliminarSó sei que nem sempre sigo o cinema mainstream (é muito limitativo) e acompanho dentro das minhas possibilidades, algum cinema independente. Posso, pois, garantir-te que há cinema de qualidade, mas é preciso ir ao seu encontro. Marla
Diwntown Abbey passa a horas impossíveis para mim; sim, há ainda bom cinema, nomeadamente europeu mas desde que fui mãe que não tenho tempo para muita coisa :)
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