Tenho assim mais ou menos esta visão da vida: a indiferença, o umbigo, a vidinha, a futilidade, os prazeres são incomportáveis a tempo inteiro. Significam que as pessoas nunca se comprometem, nunca são solidárias e nunca se preocupam com as questões sociais e humanas. Mas o pensamento e ação sempre focados na crítica, na crise, na luta, no coletivo, no trabalho, e outros aspetos sociais ou políticos significam que as pessoas nunca relaxam, nunca aliviam, nunca brincam e, já agora, nunca aquecem. No meio, e rendo-me ao ditado, é que estará a virtude. Ou seja, é para mim essencial que uma pessoa seja consciente, com capacidade de intervenção, com preocupações pelo mundo em redor e tenha um espírito engagé mas que a isso junte também a capacidade de rir, de descontrair, de ver o que há de bom à volta, de se deslumbrar até, de gostar. Tristes devem ser aqueles que nunca o fazem, embalados pela crítica constante, ou pelo contínuo pessimismo descrente, ou pelas incessantes preocupações com as causas, ainda que estas façam todo o sentido. E tristes, porque vazios, aqueles que não se envolvem, que não tomam parte, que calam, que dissimulam. É preciso o envolvimento, é preciso estar com os outros. É preciso sofrer, até, e chorar. E da mesma forma é necessário o prazer, é necessário sermos felizes connosco. É necessário viver, muito, e rir.
O equilíbrio é fundamental mas, convenhamos, estes são tempos de equilíbrio instável...
ResponderEliminarPois são,jrd, mas falo de uma preferência em termos de personalidade. Que vai para além dos tempos de crise, acredite. A tempo inteiro não conseguiria apreciar esse extremar de estilo de vida... ou caráter, insisto. Gosto mesmo de quem equilibra o coletivo e o individual, o engagé e a descontração, a crítica e o humor, enfim... coisas. :)
EliminarOh, concordo contigo a 100%! Porque os tempos são difíceis, precisamos ainda mais de rir e tentar ser felizes. Malgré tout!
ResponderEliminarAliviar, de alguma forma, sim. Se possível e sempre que possível :)
EliminarViver passa pelo rir. Mesmo naqueles momentos em que não nos apetece rir e fazemo-lo de qualquer forma. Aprendi com a minha mãe. Nos piores momentos - inclusive quando recebeu a notícia de que tinha cancro - a vi deixar de rir ou brincar. Acredito que fosse na tentativa de não me passar demasiada tristeza. Só um grande ser humano tem capacidade de fazer algo semelhante. Só uma grande mãe. Eu, não sei se conseguiria.
ResponderEliminarRir não é sinal de tolice. O riso por vezes disfarça nervosismos e parecemos tolos, realmente. Só parecemos, o que não é mau de todo. Rir, pode também trazer mais ânimo quando nos sentimos ir abaixo. Difícil, mas consegue-se. Rir, pode ser uma óptima 'arma'. Eu arriscaria dizer, que pode ser a melhor das 'armas'. É só saber usar.
Chorar, agora só o faço quando estou sozinha. Gente mal intencionada pode ver neste nosso gesto uma fraqueza. Dizem eles que "dos fracos não reza a história". Será mesmo? Tenho dúvidas. Mesmo muitas.
Beijinho, Fátima e resto de bom domingo.
PS: Acho que deveria começar a tratá-la por 'stora' Fátima... respeitinho é bonito :)
Humor é fundamental, senão estamos ainda mais tramados. Quando é possível, é verdade. Nem sempre o é, por isso, admirável, a sua mãe. Obrigada e o mesmo para si, maria.
EliminarP.S. Nem pense nisso :):)
Numa palavra: entusiamo. Há que manter o entusiasmo.
ResponderEliminarIsso, Carlos. Temos mesmo que o "alimentar". Para que nos alimente, também. :)
EliminarPlenamente de acordo :)
ResponderEliminar:) :) Boa, então :)
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