O fio de esperança que foi anos a fio está, ao que consta, por um fio. Um dos maiores representantes mundiais da resistência e, mais surpreendentemente ainda, da bondade. Não li nenhuma biografia nem vi nenhum filme, a havê-lo, sobre a sua vida. Não vi o "Cry Freedom, tenho o "Invictus" em casa para ver, há tempos, mas desconheço se é sobre ele verdadeiramente. Mas não esqueci mais a lição magnânima com que fundou a nova era da sociedade sul-africana. Num excelente documentário que vi há tempos num canal qualquer, falava-se da sua libertação e da sua nova posição na política. Confrontado com a pergunta, pelos próprios companheiros de luta anti-apartheid, de como era possível incluir na governação e gestão do país gente do regime anterior, que os havia oprimido pela abominável segregação, a resposta surgiu, lesta e nobre. Não é possível construir uma sociedade fundada no bem se não houver perdão. Ou uma sociedade que se quer justa e generosa não pode estar assente no ódio. Que dizer? Não é para todos, não é de todos. A inspiração e a benevolência têm nome africano: Madiba.
Esta música é daquelas que ouço vezes sem conta. Inspiradora, tocante, faz-nos acreditar. Que, no meio do mal, há coisas e figuras extraordinárias. Que podem ser políticos, também, de exceção, que ficam na história porque fizeram história. Escuto-a muitas vezes à noite, já com os auscultadores. É das mais belas que se fizeram até hoje, porque combina uma melodia sem par com uma espantosa história de vida, e oferece-nos um mundo melhor por causa de uma alma maior. Mandela está no fio da navalha, aos 95 anos. Ele que foi o fio condutor da nova realidade sul-africana. E que nos relembra que é preciso resistir e conservar um fiozinho de esperança que nos projete para outra dimensão. Esta música eleva-me. Porque é sobre um homem que sempre esteve muito mais alto.
Que fique o exemplo, claro, Fátima, é muito assim que aprendemos. E acima de tudo, que nos deixe na paz que merece...
ResponderEliminarIncomparável, praticamente. A mim, Carla, comove-me. E é isso mesmo que dizes no fim.
Eliminar"Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria é uma concha vazia"
ResponderEliminarMadiba fez tudo o que podia para a encher.
Abraço
Galeria de herois, sem tirar nem pôr. Expoente máximo do bem. Beijinho, jrd.
EliminarTambém o Xanana Gusmão teve a mesma postura face ao "inimigo" (Indonésia): perdoar e desenvolver boas relações com o opositor é fundamental para avançar e estar-se bem. Grandes seres humanos! Marla
ResponderEliminarBoa lembrança. Curioso como os dois são Caranguejo :)
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