1. A notícia em estilo mini-reportagem dada pela SIC que crianças palestinianas e israelitas jogam juntas futebol, ao abrigo dum programa que as levou até aos E.U.A., teve em mim dois efeitos. O primeiro, de grande satisfação e alegria por se tratar de uma louvável iniciativa, em dois grupos dilacerados pelos conflitos e que é urgente reeducar. Fico sempre comovida com a aproximação dos povos e sou sensível a esta zona do globo, desde sempre, vá lá saber-se porquê. Gostei de ouvir os treinadores e os miúdos, com discursos de positivismo e descoberta. A prova de que o conhecimento é a chave para matar a desconfiança e o ódio. O segundo, de esperança de pouca dura, pois logo me lembrei de algo semelhante e que, anos mais tarde, não viria a ter os efeitos desejados. Escrevi sobre isso no jornal O Recado, da ESAP, há alguns anitos. Um programa de televisão que mostrava 4 jovens adultos, 2 palestinianos e 2 israelitas, em colisão e que tinham passado férias juntos num campo de férias em terras americanas. E de como a leveza infantil e a amizade foram esmagadas pelo crescer, em diferentes lados da barricada. Provavelmente ainda hei de postar esse texto...
2. A notícia da bebé que perdeu a vida por causa de um cão deixou-me perfeitamente horrorizada. E hoje o facto de alguém me dizer que na praia um cão sem açaime desfez o rosto de um homem estarrecida me deixou. Receio cães perigosos e cães à solta - e agora ainda mais pelo meu filho, afinal as crianças devem poder andar na rua, é verão - sem qualquer tipo de preocupação por parte dos seus donos, que não entendem o lugar dos animais e não compreendem que estes possam ser causadores de grandes problemas e tragédias. Há uns anos andava eu tranquilamente de bicicleta quando fui quase atacada por um cão de grande porte (pois são esses que me assustam, naturalmente, embora conheça alguns bem calmos) e ainda por cima fui insultada pelo dono, obviamente sem qualquer ética nem boa educação. Aflige-me que neste país se dê maior importância aos animais do que às pessoas, francamente. E que estranhem quem não comunga dos entusiasmos com a bicharada doméstica. Que de domesticados podem, afinal, ter muito pouco. Mais civismo, mais respeito pelos outros e espaços próprios para os animais que podem causar sustos ou danos maiores...
3. Trinta por cento dos professores sofre de esgotamento, diz estudo - leio num link postado no Facebook. Pudera. E o mais espantoso é que no meio disso ainda fazem milagres, dando o litro de tal forma que chegam ao final dos períodos obviamente esgotados. São tantas as frentes a que têm de chegar e que a maior parte das pessoas, do lado de fora, desconhece. O grande problema reside no desligar. Ou melhor, na incapacidade de desligar quando as tarefas se prolongam para além da escola, entram em casa ao fim da tarde até à noite, fim de semana, ao melhor estilo non-stop. Muitas vezes penso no que será pior - preparar e dar aulas, gerir os grupos e evitar a indisciplina ou despachar a papelada infindável que nos entope. Não sei o que é pior mas sei que as duas coisas ao mesmo tempo, pois assim é a nossa vida, fazem mossa. Quando estamos de férias é que nos apercebemos do extremo cansaço que nos acompanhava e de como a nossa vida não era normal. Por uma questão de tempo, é certo, mas pela indisponibilidade psicológica, e física, de usufruir de uma série de coisas. Passamos o ano letivo esgotados, essa é a verdade. E eu, que sou otimista, neste caso não vejo melhorias futuras. Ou as pessoas mudam e mudam alguma coisa ou esgotados continuaremos.
As notícias do cães são de facto chocantes. Não sei como acontecem este tipo de coisas, serão por treino, serão por descuido, não sei. Prezo os animais, mas choca-me que seja possível no nosso País cenas como estas... Ou em qualquer outro.
ResponderEliminarEu que o diga que desde que levei uma marrada de um dalmata sou como o André - gosto de cães mas é ao longe. O meu que é dez-reis de cão e não faz mal a uma mosca vai sempre à rua de trela e faz um percurso grande para não ficar em stress.
ResponderEliminarQuanto ao esgotamento dos professores, digo apenas aos que não acreditam "perguntam aos professores quanto e como dormem" é esclarecedor!
Sagi
Gostei de tudo o que escreveu e sei na pele o que relatou quanto ao trabalho dos professores.
ResponderEliminarQuanto aos cães, apesar de amá-los (e é esse mesmo o termo certo, para mim), eles merecem todo o respeito. E quando digo "respeito" não me refiro a tratá-los como uma "coisinha fofinha" ou como o "filho que não tive". Refiro-me a respeito enquanto animal que é. E para isso, a responsabilidade é unicamente do dono. Sempre tive cães que eram uns verdadeiros pachorrentos mas sempre que iam à rua, além de irem à trela, usavam açaime. (Sem falar que levava aqueles saquinhos plásticos que muitos donos esquecem.) O meu amor pelo animal não pode apagar o meu respeito pelo ser humano. Por muito que goste do meu cão, não sei o que lhe "passa pela cabeça" e é minha obrigação preservar a integridade física de quem possa cruzar o seu caminho.
(Desculpe o comentário longo, Não é costume. Mas gostei do seu blog e vou vir mais vezes.)
O problema está sempre nas pessoas adultas e não nas crianças ou nos animais. Nem aquelas pediram para nascer, nem estes para serem doméstic(ad)os ou viverem em clausura.
ResponderEliminarbfs
Abraço
Carla - também não sei, mas é por demais terrível... Nem quero pensar na tragédia da criança.
ResponderEliminarSara - pois, quando apanhamos um susto torna-se difícil confiar...
Rosa - muito obrigada pela visita, volte sempre. Quanto ao seu comentário, é isso mesmo - há que preservar a integridade física dos outros e pensar na imprevisibilidade dos animais. Está certo o que disse, claro.
jrd - pois é isso tudo. Bom weekend para si também:)
Atenho-me à notícia sobre o cão que matou a menina, porque também escrevi sobre o tema hoje.
ResponderEliminarA culpa é dos donos e de uma legislação que além de estar desenquadrada não é respeitada nem fiscalizada. Provavelmente ainda teremos de assistir a muitas mortes, até que algo mude.
Bom fds e continuação de boas férias
Tem toda a razão, Carlos - estamos no país do deixa andar. Infelizmente, são precisas as tragédias para que algo seja feito. Obrigada pela visita e, sim, as férias, thank god, continuam:)
ResponderEliminarQue notícias horrendas! Eu gosto muito de animais, sejam cães, gatos,etc. E acredito que a responsabilidade do seu comportamento é sempre dos donos. O comportamento canino é sempre fruto da educação que os donos lhes dão. Há pessoas que não deviam ter animais. Estes merecem o nosso maior respeito e carinho e não merecem alguns donos, que os educam mal, que contribuem para que sejam perigosos e que não têm cuidados quando os levam à rua. Viva os animais, abaixo os donos incapazes e irresponsáveis! Marla
ResponderEliminarQuanto aos professores, não é novidade que andamos nas ruas da amargura. Esgotadíssimos e desvalorizados!
ResponderEliminarSó há uma mudança a constatar, há 10/15 anos atrás li que os professores eram dos profissionais que mais procuravam a ajuda de psicólogos. Agora, parece-me que a maioria já não possui meios financeiros para procurar ajuda... Marla
Obrigada pela leitura e pelos comentários. Quanto aos professores, é isso: esgotadíssimos e desvalorizados.
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