setembro 10, 2014

Por entre a vista



1. Admiro a coragem da jornalista Judite de Sousa. Nota-se que ainda não está bem, os trejeitos da boca, nervosos, e a voz trémula indicam ainda grande sofrimento e transtorno psíquico, fruto natural da pior das tragédias. Por isso é admirável a forma como se expõe, como aparece em entrevistas ao mais alto nível, como se atira para a frente, de forma pública, numa notória forma de sobrevivência. Tiro-lhe o chapéu, decididamente. Sempre apreciei a sua sensibilidade e de certa maneira admiro-a hoje muito mais. A forma como, curiosamente sempre de preto, está a fazer o luto é de louvar, pois inimaginável será a tormenta que tem atravessado. 

2. O meu pai ontem disse que António José Seguro tinha ganho o debate, logo que terminou. Independentemente disso ser verdade ou não, eu cá não compreendo muito bem a razão pela qual Seguro está tão ofendido com António Costa e não se cansa de bradar isso mesmo aos quatro ventos. Chega a parecer um menino de coro, sentido com coisas que francamente já devia contar num mundo como é o da política. Estratégia e interesses vários podem colidir com amizades e com ditas lealdades, não nos espantemos. Demasiados melindres pessoais não têm justificação se o interesse do país, a sê-lo,  for prioritário. E aqui parece-me ser o caso, o dever ir-se por um outro caminho.  

2 comentários:

  1. Também admiro a coragem da Judite Sousa. O caminho será eterno, mas ela tem uma força de vontade incrível...

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    1. Tem-me impressionado, Carla, por tudo. Sabes, reparei num pormenor: nesta entrevista, mais para o fim, os trejeitos da boca eram menores, quase inexistentes, porque estava obviamente "distraída". Desejo-lhe muita força e saúde, porque a dor, como bem dizes, será eterna.

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