setembro 17, 2014

Coisas sem relação absolutamente nenhuma



1. Toda a gente tem direito a mudar de opinião, creio, e não sou contra as dissidências, são decisões pessoais que podem ter justificação plausível ... ou não. Mas a saída de Marinho Pinto de um partido que pouco tempo antes o levou até ao centro político europeu parece-me francamente desonesta. O dizer que é tempo de seguir o seu próprio caminho ainda corrobora mais esta abordagem que diria interesseira. Mas na verdade não me surpreende. Trata-se de uma figura que nunca me inspirou confiança, talvez porque não aprecio quem habitualmente fala em tom exaltado e quase aos gritos. 

2. Este ano a relva cá de casa mantém-se viçosa como uma verdadeira alface. Assim que me lembre, foi a primeira vez em que não se andou desesperadamente a regar pela noitinha para tentar salvá-la de uma morte certa. Eu que nem sou fã de chuva consigo ver o seu lado positivo quando automaticamente penso na relva da frente e do pátio. Mas nem só de relva verdejante vive o meu apreço pela chuva nestes dias. O calor tem-me sufocado e a coisa melhora com a água caidinha do céu. Por outro lado, poucos sons sabem tão bem como o de ouvir uma grande chuvada quando se chega a casa. 

3. Faltam tantos professores ainda nas escolas e os alunos lá vagueiam, horas a fio, sem aulas. Quando é que a obsessão pelos cortes e a sua prática indiscriminada na função pública deixará de ser uma realidade que tanto afeta a vida escolar também dos alunos? Nos cursos profissionais acresce o problema de ter de se repor as aulas, uma vez que é obrigatório o volume de formação na totalidade, e bem, a bem dos alunos. Mas também não será uma injustiça os alunos vaguearem agora, contrariados, em tempo certo de aulas, e depois terem de levar com horas a mais numa já de si pesada carga horária, para compensar?

4. De férias a sul, comprovei novamente que os portugueses estão cada vez mais fechados. Têm muitas dificuldades - ou pruridos - em falar para desconhecidos. Para se lhes arrancar um bom dia ou boa tarde num espaço que se partilha é obra. Eu, que sou daquelas que, por exemplo, falo alegremente numa caixa de supermercado se houver alguém que sorria e faça o mesmo, estranho estas coisas. Então quando os nossos filhos brincam em conjunto e tento conversar um pouco e vejo caras fechadas - snobs? - fico mesmo desapontada com a raça humana. Há gente para quem deve ser difícil sorrir e dizer umas palavrinhas, nem que seja sobre o tempo. Timidez ou mania e falta de boas maneiras? 

4 comentários:

  1. Bom dia Taty.
    1º e 3º tema; já nada me surpreende, nem políticos nem obsessão por cortes, muitas vezes " não bate a bota com a perdigota " .
    2º ao preço da água aqui no Sul fico muito feliz quando ela vem de graça do céu e me rega as plantas.
    4º sou como a Faty, não tenho timidez de falar, aliás, gosto muito de conversar, mas, " mania e água benta cada um toma a que quer, acredito que seja isso, pois ainda não se paga taxa por ser simpático.
    Beijinhos e um bom ano escolar.

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    1. Olá, Aliete. Muito obrigada pela passagem e pelos votos de um bom ano escolar, bem que desejo isso. Um grande beijinho aí para o meu querido sul :) (Já estou com saudades do Algarve :) )

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  2. Em relação ao último ponto, alegra-me saber que os portugueses são acolhedores (contam-me frequentemente alguns estrangeiros), mas como tu dizes, encontra-se muita cara fechada por esse país fora. Devíamos ser mais abertos ao contacto com os outros. Eu sou assim e por isso dei boleia a uma alemã no verão, algo que os meus pais prontamente desaprovaram. Não vendo qualquer perigo nesta minha decisão, não hesitei em dar uma boleia a quem precisava e aproveitar para dar dois dedos de conversa. O que ela se alegrou por encontrar alguém que falava a língua dela!
    Marla

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  3. Em relação ao último ponto, alegra-me saber que os portugueses são acolhedores (contam-me frequentemente alguns estrangeiros), mas como tu dizes, encontra-se muita cara fechada por esse país fora. Devíamos ser mais abertos ao contacto com os outros. Eu sou assim e por isso dei boleia a uma alemã no verão, algo que os meus pais prontamente desaprovaram. Não vendo qualquer perigo nesta minha decisão, não hesitei em dar uma boleia a quem precisava e aproveitar para dar dois dedos de conversa. O que ela se alegrou por encontrar alguém que falava a língua dela!
    Marla

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