março 14, 2014

Quando somos nós



Quando é que nós somos mais nós? Mais autênticos, mais verdadeiros? Às vezes dou por mim a cogitar nisto. Já uma vez li uma nota sociológica que dizia que a voz ao telefone indica o caráter de alguém na perfeição, sem subterfúgios de qualquer espécie. Pode ser mas isso não faz de nós mais nós quando estamos ao telefone. Pessoalmente não sou fã de telefones e muito menos de conversas ao telemóvel. Então não me convence muito a ideia de autenticidade aqui. Há quem diga que as pessoas se revelam mais elas pela internet, sem medos e com a máscara tirada, enquanto que outros defendem precisamente o contrário, que virtualmente as pessoas se agigantam - há essa possibilidade - porque criam personagens que podem não a ser as suas na realidade. Outros dirão que somos mais nós com as pessoas que amamos, que conhecemos bem e que nos conhecem e gostam de nós. Mas ainda assim podemos estar a desempenhar papéis, a ir ao encontro do que pensam e querem de nós e digo isto até sem qualquer espécie de crítica. Pode ser quando estamos no local de trabalho. Motivados e ativos, comunicando e interagindo com gosto, dando o melhor de nós. Mas quando há desencanto e cansaço, então? Lá se vai a teoria. E quando estamos sozinhos? Sozinhos com os nossos pensamentos, na nossa mais profunda interioridade. Não será aí que as forças e inseguranças, qualidades e defeitos, vêm mais ao de cima? Também é possível que não, já que precisamos de outros para interagir e mostrar o que se é. E quando mostramos o que somos, é mais válido o caráter sob pressão e stress ou aquele que resulta do ócio, por exemplo, e da descontração máxima? Poderemos ser tudo isto e somos, mas um dia escrevi aqui no AE que estar com desconhecidos poderá ser também quando somos mais nós, uma vez que não há expetativas nenhumas a preencher ou a gorar. Pode ser mesmo quando mostramos e agimos mais como realmente somos, embora os tímidos possam vir contrariar isto. Então, e assim sendo, repito: quando é que somos mais nós? 

7 comentários:

  1. A comunicação e a interacção fazem-nos seres relacionais, e se não for assim não existimos no mundo que eu conheço. Mas nós, nós mesmos, somos sempre primeiro sozinhos. E depois disso é de dentro para fora que somos tudo o resto...

    ( os medos que abafamos até de nós é uma desculpa inválida. no fundo, sabemos sempre a verdade :))

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    1. Bem dito. Também vou por aí... :) Em astrologia, o ser é o signo(sol) e o reagir/aparecer é o ascendente. :)

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    2. Completando o raciocínio:) - o ser revela-se na solidão, no que pensamos e sentimos, e o reagir/parecer vem ao de cima com os outros. :)

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  2. Ás vezes penso que nunca conseguimos ser NÓS...

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    1. Que usamos máscara usamos... e que fugimos de nós também... mas acredito que há momentos em que somos nós, quanto mais não seja no pensamento ... :)

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  3. Eu acho que pode variar de pessoa para pessoa. Mas já sabes o que penso: é habitual, segundo a minha experiência, as pessoas terem comportamentos /posturas diferentes ao vivo e na internet. Há pessoas que ao vivo usam uma máscara e no mundo virtual se soltam/abrem mais, não o conseguindo fazer na esfera social. Também acho que há pessoas que parecem muito interessantes no mundo no mundo virtual, pois controlam melhor a sua timidez "à distância" enquanto na esfera social não exploram o seu potencial... Marla

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    1. No fundo somos muita coisa junta.... mas o ser e o parecer serão coisas diferentes... ou complementares. :)

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