agosto 23, 2012

Ser ou não ser, parecer ou não parecer

Por causa do que li numa capa de revista enquanto pagava o meu café após o almoço, aqui estou a teclar. Ora bem. Ainda não ultrapassei todos os meus preconceitos interiores (embora me esforce por eliminá-los) e ainda estou na dúvida acerca da adoção por parte de casais homosexuais. Mas tenho reparado que há adoções, mais ou menos consensuais, já que não me parecem ter levantado objeções de qualquer espécie, feitas por parte de homens solteiros que o são, porque é mais ou menos assumido, ou poderão sê-lo. (E também por mulheres, embora tenha menos conhecimento, pelo menos através dos media.) Assim sendo, põe-se uma questão. Não pode a criança ser adotada por um casal conhecidamente gay (ou lésbico), porque se advoga que o modelo de parentalidade poderá influenciar a personalidade, o comportamento social, a opção sexual ( e repito que eu própria não sei, embora duvide) mas pode ser adotada por alguém cujo comportamento sexual (e depois emocional e relacional) não seja o padrão (obviamente que isto é discutível) apenas porque não é transparentemente declarado. Posto isto, é óbvio que se trata de uma hipocrisia. É uma hipocrisia estarem dois homens, que podiam ser duas mulheres, casados e não poderem adotar e estarem dois que vivem de igual forma, partilhando o mesmo teto ou não, mas não juntos legalmente e poderem fazê-lo. Num caso indignamo-nos porque sabemos, no outro não nos indignamos porque fingimos não saber. É como a questão do aborto - sabemos que se praticava ilegalmente, e em condições perigosas, e em condições que favoreciam as mulheres com dinheiro e desfavoreciam as que não o tinham. Sabemos que se fazia à mesma mas quando se propôs a legalização da IVG muitos opinaram (e  ainda opinam e estão no seu direito) tendo como argumento principal o facto de se poder aumentar e potenciar a sua prática, no fundo, mais às claras. Respeito todas as opiniões mas não posso com hipocrisias. E muito menos se elas passam pela lei.

5 comentários:

  1. Eu também não posso com hipocrisias, mas não tenho uma opinião definitiva sobre a questão que coloca. Ainda há muitos "ses" a bailar na minha cabeça...

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  2. Estou com o Carlos, estas questões para mim são muito complicadas. (Ainda deve ser a minha antepassada Neanderthal a falar!)

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  3. Já somos 3, como disse, também ainda estou na dúvida. São questões mesmo sensíveis. Mas o que é certo é que solteiros adotam e casados não, quando na prática, vivem de mesma maneira e segundo um modelo igual ou parecido. Qual é a diferença?

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  4. Desculpe o arrasoado, mas é o que penso sobre a matéria:

    http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2010/01/casar-nao-casar-ou-as-curiosas-familias.html

    bfs

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  5. Já tinha lido este seu post, jrd. Quando li toda a sua etiqueta "Nórdicas". :)Obrigada pela sugestão e bom fim de semana também para si.

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