novembro 05, 2011

Cansada de Guerra


Sempre gostei muito do título Tereza Batista Cansada de Guerra, de um dos meus preferidos de sempre, Jorge Amado. Vem-me inúmeras vezes à memória, em alturas em que sinto um maior desalento ou menos paciência.
Quando me preparava para escrever sobre algo relacionado, resolvi, como sempre, procurar uma foto adequada no google. Teclei a palavra cansada e eis que, automaticamente, surgiram infinitas fotos de infinitos textos de infinitos blogues de infinitas mulheres em infinitos desabafos.
Desisti de escrever. Não diria nada de novo.
De qualquer forma, senti-me compreendida, não estou sozinha.
Mas não senti nenhuma espécie de felicidade acrescida, pelo contrário. São, pois,  as mulheres quem mais sentem este estado indesejável, limitativo, dilacerante?
Pois, de facto, longos são os seus dias. E infinitas as tarefas e os papéis que as (e se) obrigam a desempenhar.
Ritmos que lhes  impõem, faturas que lhes cobram, reputações que lhes colam. E batalhas que, tolamente ou não, decidem elas próprias travar.
Cansadas, não conseguem por fim à guerra. Prisioneiras das exigências, campeãs da fadiga.


E, no meio disto, ainda se lhes diz para serem belas.
E algumas, espantosamente ou não, ainda o conseguem ser.

8 comentários:

  1. Somos nós as que mais exigimos de nós mesmas. Eles são, na generalidade, mais cuidadosos com eles próprios. Somos nós que erramos, cada vez me convenço mais disto...

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  2. Eu julgo que as mulheres enfrentam um mundo de exigências e batalhas diárias para conseguir cumprir com os seus deveres /tarefas. Identifico-me muito com o que escreveste, pois, ultimamente os meus dias são estremamente longos e não esticam. Por vezes, sinto muito desalento e falta de energia para seguir avante! Melhores dias virão, espero! Marla

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  3. Quanto a mim, é exactamente isso que as torna belas. Afinal, não é tão difícil... :)
    joao de miranda m.

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  4. Cara CF :) como concordo com o seu inteligente comentário. Isso ainda será alvo de uma reflexão maior, quando conseguir:)
    Marla - pois, bemvinda ao clube, mas acredita que com marido e filhos (que são uma doce alegria) o kit fadiga ainda se torna mais completo:)
    João - pois será? Eu cá preferiria que não fosse (d)isso lol
    Bjinhos p todos

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  5. Se relativizássemos as coisas como faz o sexo oposto, a vida seria muito mais luminosa:) Já experimentei e resulta, se resulta ;))) L.

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  6. Gostei. Não há muito que dizer...apenas parar para recuperar forças para as próximas batalhas!!! ;) Manela

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  7. Neste momento tb me encontro cansada da guerra em várias frontes...mas render-me a quem? De vez em quando faço como a L., relativizo para retemperar forças e continuar.:) GI

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  8. 2 a relativizar não chega:) tem que ser coletivo - nas mulheres da família, da vizinhança, da comunidade, nas colegas e outras que tais. Porque o cansaço não é só psicológico, é físico. E assim é por sermos nós que temos que arcar com tudo, como manda a tradição. :) E a acrescentar à tradição, nós ainda, "tolamente", queremos provar que conseguimos fazer tudo. E são tarefas dentro e fora de casa, desafios e fasquias a que nos propomos, enfim...kit explosivo.

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