"Eu sou uma menina do mar. Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome. Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa rocha na maré vaza e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos os quatro numa gruta muito bonita.
Quando a maré está vazia brincamos nas rochas, quando está maré alta damos passeios no fundo do mar. Tu nunca foste ao fundo do mar e não sabes como lá tudo é bonito. Há florestas de algas, jardins de anémonas, prados de conchas. Há cavalos marinhos suspensos água com um ar espantado, como pontos de interrogação. Há flores que parecem animais e animais que parecem flores. Há grutas misteriosas, azuis-escuras,roxas, verdes e há planícies sem fim de areia branca, lisa. Tu és da terra e se fosses ao fundo do mar morrias afogado. Mas eu sou uma menina do mar. Posso respirar dentro da água como os peixes e posso respirar fora da água como os homens."
As histórias dos livros e da música que nos deixam pintar o mar...
Que bonito, Fátima! Adoro a Menina do Mar, como gosto de tudo o que é de Sophia. De repente este seu post faz-me ter saudades de estar em silêncio em frente ao mar, relembra-me aquele poema:" Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim/ a tus beleza aumenta quando estamos sós..." e devolve-me um bocadinho de paraíso.
ResponderEliminarBeijinho
Isabel Mouzinho
Adoro Sophia e adoro Vangelis - dueto improvável, mediterrânico - o mar e verão mais sublime de todos - e supostamente poético aqui:) Bisou
EliminarUma história muito bonita. Cheia de sabedoria...
ResponderEliminarBoas Festas
Abraço
Obrigada, jrd:) Ainda passarei pelo bth, espero tirar um tempo - bom - para desejar esses votos nos blogues de que gosto e de pessoas de quem gosto:)
EliminarADORO O TEXTO E A MÚSICA!
ResponderEliminarFESTAS FELIZES!
Obrigada, Rosa! Ainda passarei pela sua casa, também :) Lá, retribuirei**
EliminarTexto delicioso. Quanto à música, não é necessário dizer rigorosamente nada. É só deixar-se ir... Perfeito!
ResponderEliminarUm excelente Natal Fátima:)
Obrigada pelas palavras em relação ao post e pelos votos, maria. Aguarde a minha visita ao amanhecer... mas não tardiamente :)
EliminarComo bem sabes, adoro o mar e a praia. E, naturalmente, a menina do mar!
ResponderEliminarSurgiram recentemente alguns textos inéditos da Sophia. Partilho um pequeno extrato de um deles: "Assim, também nos longos verões das férias dessa época, o nosso pai dava sofisticadas canas de pesca, com pequenas bóias encarnadas que mostravam o menor toque. Acocorados no rochedo pouco, e às vezes nada, pescávamos. Puxávamos a linha antes do tempo, dávamos esticões e o peixe quase nunca ia no engodo. Mas nos rochedos próximos, os filhos dos pescadores com o anzol da drogaria e um cordel pescavam sem parar e enfiavam cachos de bressolhas contorcidas no gancho de arame. Por isso os pescadores chamavam aos seu trabalho "arte". Delicioso este retrato da infância! Traz-me logo recordações da minha, também passada na praia... Marla
Maravilhoso bocadinho, Marla. Sempre belas, as evocações da infância associadas ao mar...
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