Os alunos, mas não só, mostram um desprezo considerável pela história. E esse desconhecimento, que advém da falta de vontade em saber algo ou mais sobre o passado, só gera equívocos em relação ao presente. Não sou agarrada ao que já passou, a nível pessoal. E não sou muito de festividades, de efemérides, de datas no calendário, de celebrações exteriores. Gosto de história não para a celebrar com atos mais ou menos públicos e alegrias forçadas. Gosto de história para compreender. O presente, o que foi, o que é e o que ainda poderá ser, para me dar uma visão mais completa do que aquela que é feita por leituras parcelares e imediatas, centradas no hoje, no agora. A história interessa-me, e o que sei não me chega. Por isso, agradeço existir uma coisa chamada cinema que, de vez em quando, me faz viajar lá para trás, para que possa ter essa compreensão dos tempos modernos. E tento, com imensas dificuldades, passar isso, sempre que possível, a quem está sentado na minha sala de aula. Eles não gostam, na sua maioria, e muitas vezes. Querem que a aula seja, sempre, uma continuação do que têm lá fora, daquilo que gostam. Contrario esta expetativa. Com os filmes que passo. Conscientemente, voluntariamente. Porque tenho um objetivo muito específico: o de lhes mostrar algo que não conhecem, que nunca viram nem (de que) ouviram, que até rejeitam, por vezes, ou frequentemente. Mas isto acontece para lá das fronteiras da sala de aula. Há muito desconhecimento do que foi feito e conseguido, mal ou bem, em tempos que não são estes, os nossos. Não há curiosidade, não há interesse, não há investimento em conhecer. E, por isso, muitas opiniões e ideias sobre o hoje refletem essa falta de conhecimento. Nomeadamente, quando se pensa que tudo o que temos esteve sempre e desde sempre garantido. Que sempre fomos esclarecidos, justos e livres. Na verdade, esclarecimento, há muito pouco. E há liberdades que são apenas exteriores. Conheça-se a história, a mais recente e a outra, também. E conheçamo-nos, dessa forma, um pouco mais enquanto gente moderna.
dezembro 23, 2013
Modernidade ou modernice e a história
Os alunos, mas não só, mostram um desprezo considerável pela história. E esse desconhecimento, que advém da falta de vontade em saber algo ou mais sobre o passado, só gera equívocos em relação ao presente. Não sou agarrada ao que já passou, a nível pessoal. E não sou muito de festividades, de efemérides, de datas no calendário, de celebrações exteriores. Gosto de história não para a celebrar com atos mais ou menos públicos e alegrias forçadas. Gosto de história para compreender. O presente, o que foi, o que é e o que ainda poderá ser, para me dar uma visão mais completa do que aquela que é feita por leituras parcelares e imediatas, centradas no hoje, no agora. A história interessa-me, e o que sei não me chega. Por isso, agradeço existir uma coisa chamada cinema que, de vez em quando, me faz viajar lá para trás, para que possa ter essa compreensão dos tempos modernos. E tento, com imensas dificuldades, passar isso, sempre que possível, a quem está sentado na minha sala de aula. Eles não gostam, na sua maioria, e muitas vezes. Querem que a aula seja, sempre, uma continuação do que têm lá fora, daquilo que gostam. Contrario esta expetativa. Com os filmes que passo. Conscientemente, voluntariamente. Porque tenho um objetivo muito específico: o de lhes mostrar algo que não conhecem, que nunca viram nem (de que) ouviram, que até rejeitam, por vezes, ou frequentemente. Mas isto acontece para lá das fronteiras da sala de aula. Há muito desconhecimento do que foi feito e conseguido, mal ou bem, em tempos que não são estes, os nossos. Não há curiosidade, não há interesse, não há investimento em conhecer. E, por isso, muitas opiniões e ideias sobre o hoje refletem essa falta de conhecimento. Nomeadamente, quando se pensa que tudo o que temos esteve sempre e desde sempre garantido. Que sempre fomos esclarecidos, justos e livres. Na verdade, esclarecimento, há muito pouco. E há liberdades que são apenas exteriores. Conheça-se a história, a mais recente e a outra, também. E conheçamo-nos, dessa forma, um pouco mais enquanto gente moderna.
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Quem não conhece a História desconhece para que serve a memória.
ResponderEliminarBoas Festas
Um beijo
E desconhece porque é que muitas coisas são e estão como estão: bem, ou mal. Muito obrigada, jrd. Um beijinho festivo para si.
EliminarÉ na história que percebemos o presente e o futuro. Tal como em nós, de resto, e perdoa-me a ligação tendenciosa e profissional... :)
ResponderEliminarUm beijinho Fátima. E votos de um feliz Natal.
Percebo essa ligação, também em mim é inevitável :) Muito obrigada, Carla, um grande beijinho com sabor a natal não menos do que feliz.
EliminarCom a História aprendemos quase todo o Presente e Futuro. Digo "quase" porque esta não é um espelho tridimensional exacto, mas distorcido por cada um que a escreve, maioritariamente do lado "vencedor". Em boa verdade, não basta saber História, é importante ler os vários lados das diversas Histórias.
ResponderEliminarBom, (Senhora Professora) Fátima, um terno e Feliz Natal, tudo de muito bom, and so on, and so on... Beijinhos!
Concordo em absoluto, Paulo, a História tem muitos lados, e muitas vezes, nem sempre errados face aos outros, de todo. (Como me lembrei do post "If..." mais abaixo :) ). Muito obrigada pelos seus votos, que retribuo com amizade e um beijinho natalício.
EliminarBoa Noite Fátima
ResponderEliminarTambém dedico muito tempo a pensar na História e no que representa para nós. No quanto dela é mentira, mito e simbolismo. Na facilidade com que esta cria santos e demónios do que foram homens e mulheres nas encruzilhadas mais complexas da história.
Não sei muito bem o que fazer para que cada geração se interesse pelos feitos da que lhe precederam. Suponho que seja uma questão de comunicação. Afinal de contas na história temos todas as componentes das histórias que agarram cada ser humano: romance, morte, mistério, amor, traição, amizade, inteligência, esperteza e fundamentalismo. O que não há para gostar?
Mas, lendo o que escreveu sobre filmes, temo que nesse ponto tenha mais reticências. A sétima arte tem uma tendência para a simplificação e para a colocar a emoção acima da verdade. E, para isso, distorce factos históricos tornando-os em verdades aceites. Sem dúvida melhor do que a ignorância absoluta, mas sem dúvida perigoso.
Os melhores cumprimentos,
António
Olá, António
EliminarEm primeiro lugar, bem vindo, é sempre um prazer ver aportar mais um (bom) leitor à nossa segunda casa.
Em segundo lugar, é outro prazer ler este seu comentário, com o qual não posso deixar de concordar, porque bem refletido e muito mais profundo do que o meu post. Sem dúvida que a história fabrica heróis, pessoas comuns e até pela negativa que podem ter sido apenas mitificadas, que nos dá muitas vezes a somente perspetiva dos vencedores, e muito mais. Mas não sou uma estudiosa, apenas penso que as pessoas não querem saber o que foi antes e julgam o presente sem conhecimento do que o alicerça. Quanto ao cinema, concordo em absoluto com o que diz mas esta arte já me fez querer saber mais muitas vezes e leio livros após os filmes e pesquiso informação, online e não só. Os alunos querem Velocidades Furiosas e eu atiro-lhes com O Novo Mundo, por exemplo. É emoção, há ficção, é verdade, mas há algo para além disso. Há ali coisas que não sabiam, que nunca souberam e que gostaram, alguns, de saber. E essas eu exploro-as com eles. E há mais exemplos. Esse perigo de que fala dá um bom mote para outro post. sem dúvida.
Obrigada pela visita. Cumprimentos :)
Muito obrigado pela atenção. Ainda só tive oportunidade de ler alguns dos seus posts mas gostei muito do seu blog, que espero ler com mais atenção daqui para a frente.
EliminarOs melhores cumprimentos,
António