dezembro 17, 2012

O dia em que a terra pararia

A excitação em volta do dia 12.12.12 passou-me completamente ao lado. O que fiz nesse dia? O mesmo de sempre, praticamente, entre escola e afazeres domésticos, rotinas com o pequeno e um frio considerável a convidar ao sofá, que não passou disso mesmo - convite. Diferente? Só para uma amiga querida que celebrou, como sempre, longe de casa por que é professora e anda há anos a tentar aproximar-se e não consegue (congelaram os concursos como tudo o resto), o seu aniversário. No dia seguinte, já depois da sobrevivência, estava a escrever o sumário no quadro quando vi que a lição era a 31 e o dia era 13. Imediatamente, imbuída deste espírito apocalíptico, perguntei aos meus alunos do 12º ano se não estavam preocupados ou eufóricos com tal coincidência, pois poderia ser indicativo de algo muito, muito sério. Não os consegui convencer de nada pois a risada foi geral entre os que tinham percebido e nula entre quem nada percebeu. Para inglês entender, se me faço compreender. E lá continuámos alguns a brincar, num arranque de aula bem-disposto por causa disto tudo e mais alguma coisa.
Mas a questão do fim do mundo parece não acabar. Agora (ou já era antes também? ou o dia 12 era apenas de mega euforia?) é a 21. Cá por mim, não estou nada satisfeita. Ontem um perú num cartoon no FB dizia-se aliviado porque escaparia à caçarola de 23 mas como de perú não tenho nada, perua, na verdade, estou muito insatisfeita. Acho que deve acabar apenas a 26, depois de recebermos as prendas. Ah, pois, sou como os miúdos. Afinal, as meias estão na lareira cá de casa para quê? Anda uma pessoa a alimentar fantasias de renas e trenós e depois iam-se, assim sem mais nem menos? Não, não. Há também que fazer o pai natal cumprir com as suas responsabilidades, até porque já deve ter posto as barbas de molho.
Agora a sério, (a sério?), quando era miúda, miudinha, também houve uma história parecida. Os meus pais disseram-me que naquele dia o mundo ia acabar. Convenci-me de que era verdade e lembro-me de estar sufocada ao jantar, muito triste, porque ainda queria viver. A minha mãe dizia que sim, ia acabar, para os que morressem. Fiquei, pois, muito contente quando as horas passaram e ainda estávamos em casa, vivos. Hoje em dia, estes entusiasmos ou medos em corrente, fazem-me sorrir. Não me aquecem nem arrefecem, mas lá arranco umas gargalhadas, o que não é pouco. Que continuem estes delírios. Cá por mim, todos os dias podem ter um fim, devem. Porque isso significa que um outro surgirá.

8 comentários:

  1. O mundo não pode acabar porque eu quero chegar a Portugal nesse dia! ;) See ya soon! Marla

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    1. Ahh, mas completamente! Não aceitamos! Miss you:)

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  2. Se o mundo acabar a 21 fico sem receber a reforma, o que, com a crise em que estamos, não é nada aconselhável.

    :)

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    1. :) Nada!!! Como sobreviver à crise depois da hecatombe?::))

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  3. Bom dia Fátima. Tal como a si, também a mim o 12/12/12 me passou ao lado. Estou inconsolável pois recordo vagamente as reflexões físicas e metafísicas do 7/7/77. Que estariam os deuses a dizer-me então? Como posso qualificar a minha falta de atenção
    para com esta importante data? Será já decrepitude? Resta-me só a desculpa de ter sido um dia excelente: um grupo de bons amigos organizou um convívio de natal para a escola dos filhos. Celebrámos o 25, que julgo ser depois do 21. Um feliz natal para si e para os seus.

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    1. Olá, José. 7/7/77? Seria essa data que mencionei no post? Era bem miudinha...:)
      Obrigada pelo divertido comentário. Agradeço e retribuo os votos natalícios, também deixarei no seu blogue uma mensagem, mais perto do dia de natal, isto se a terra ainda estiver em movimento, claro.:)

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  4. Agora percebo o porquê da tia Maya ter dito, que os aquarianos teriam grandes chances de ganhar um qualquer prémio em 2013. Assim também eu! Se o mundo acaba em 21 de Dezembro, logo, eu como aquariana, vou ficar eternamente sem saber, se no meu novo estatuto de aquariana rica, vou poder ir a Praga e desfrutar. Ficar por lá uns bons 3 meses. Isto de nos oferecerem um bilhete para o céu, em vez de um para Praga, deixa-me ligeiramente irritada.

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    1. :) É caso para dizer - Vai ficar a ver Praga por um canudo! :):)

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