setembro 22, 2013

A origem das espécies


Isto realmente há pessoas e pessoas. Umas valem mais do que as outras, ou assim parece. E umas são conscientes e outras são inclassificáveis. Num dos jornais da noite, vejo a notícia do ataque terrorista a um centro comercial no Quénia. Sabia do sucedido mas ainda não tinha visto nem lido nada sobre esse horror. Mas, espantosamente, a notícia não abriu esse jornal. Fica a dúvida, se a houver : aconteceria o mesmo se este angustiante e horrível acontecimento tivesse lugar em Nova Iorque, Paris ou Madrid? Como pode aparecer uma notícia destas a poucos minutos das 21 horas? E, pior, como pode vir alinhada com duas notícias de menor impacto, sendo a última apenas um fait-divers? Fala-se da perda de vidas e do terror dos reféns e a seguir fala-se da anca do rei Juan Carlos (nada contra isso mas não me parece de todo comparável) e, pasmemo-nos, do bebé dos príncipes Kate e William como atração turística e a constar de uma lista de grande figuras. Vidas perdidas em África estão ao lado destes apontamentos? Estão. As prioridades, insisto, andam trocadas de forma transversal. Tristemente trocadas. Nada contra as celebrities, distraem. Mas, mais importante, nada contra a valorização da vida humana, venha ela de onde vier. Sobretudo nada contra a igualdade de tratamento de vítimas e tragédias. No fundo, nada contra a igualdade da espécie. 

6 comentários:

  1. Mas penso que as notícias têm um determinado alinhamento. Não se entende que tipo de critério foi esse. Isso cheira-me a TVI, mas posso estar enganada.

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    1. Foi na SIC. O jornalismo televisivo dos canais generalistas não difere muito... ou nada.

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  2. "Jornalismo" televisivo é muita generosidade da sua parte...

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  3. Como é possível?! Na CNN e na BBC não se falava noutra coisa, já os canais portugueses preferem distrair o cidadão e abafar notícias de extrema importância. Marla

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    1. Portugal, neste momento e nessas coisas, cansa-me. :) :(

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